Paulo Ribeiro, médico gastroenterologista, clarifica, na antena da SIC Notícias, que o problema que obrigou André Ventura a ser transportado para o Hospital do Cacém, esta quinta-feira, poderá ser explicado por uma espasmo do esófago, que, muitas vezes, é confundido com questões cardíacas.
O médico gastroenterologista começa por explicar que a situação de André Ventura “parece corresponder a um espasmo do esófago, que não é mais do que uma contração do esófago”:
“Se isto corresponder, de facto, a um espasmo do esófago, o que acontece é um espasmo violento e, em vez de haver uma contração e um relaxamento, há uma contração e o relaxamento não se faz. Portanto, essa dor é intensíssima, muitas vezes é confundida com um enfarte do miocárdio.”
O médico especialista acrescenta que a medicação para condicionar esta questão médica de forma definitiva “demora algum tempo” a surtir efeito. Aponta ainda que o fator causal, a ansiedade, não desapareceu, pelo que o problema pode não ficar resolvido no imediato.
Paulo Ribeiro nota que se realmente se comprovar que André Ventura sofreu de um espasmo do esófago, o prognóstico “não é grave” e “trata-se facilmente”, contudo, para o tratamento ter efeitos duradouros, “demora muito tempo”.
“A dor é muito intensa. Muitas vezes, irradia para o torso e para as costas. É uma dor muito, muito intensa. É difícil fazer o diagnóstico diferencial entre uma coisa e outra [problemas cardíacos e espasmo do esófago]. É por isso que é preciso transportar o doente para o hospital para termos essa certeza.”
O gastroenterologista aconselha André Ventura a “não estar sujeito a stress” de forma a conseguir recuperar de forma mais célere.
O momento em que Ventura se sente mal
O presidente do Chega, André Ventura, voltou, esta quinta-feira, a ser retirado da campanha minutos após participar numa arruda em Odemira, no distrito de Beja, devido a uma indisposição.
Poucos minutos depois de se juntar à arruada do partido, demonstrou estar a sentir-se mal, tendo começado a baixar-se e a perder força nas pernas, sendo amparado e levado para dentro do carro pelos seus seguranças.
Posteriormente, foi transportado de ambulância para o centro de saúde de Odemira, onde foi avaliado.
Mais tarde, foi levado para o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém.