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O crescimento da direita radical na Europa: "Há extremas-direitas mais radicais e menos"

Pedro Cordeiro, editor de política internacional do Expresso, explica a ascensão de partidos de direita nas democracias ocidentais.

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A direita radical está a crescer na Europa toda, tem chefias de governos na Hungria, em Itália e tem vindo a entrar em coligações ou a liderar oposição em vários outros países. Mesmo onde não governa, a direita radical está longe de ser marginal e Portugal não escapa a esta tendência. Nas legislativas antecipadas, o Chega conquistou mais de 22% dos votos.

No mapa político europeu, esta tendência tem vindo a ganhar força: em Itália, a coligação liderada por Giorgia Meloni ultrapassou os 43%. Na Áustria, a extrema-direita venceu o ano passado as europeias com mais de 25% e em França com 31%. Nos Países Baixos também obteve mais de 23% legislativas. Também em países como Suécia, Finlândia, os partidos da direita radical fazem parte dos governos com resultados acima dos 20%. Na Alemanha, a AFD ultrapassou os 20% nas europeias, apesar de ter sido excluída do grupo Identidade e Democracia.

Estas soluções de extrema-direita, nacionalistas, eram periféricas até há bem pouco tempo e agora são protagonistas um pouco por toda a Europa. E também nos Estados Unidos da América: "o Presidente que, vindo de um partido histórico ao Partido Republicano, se insere nesta corrente ideológica e política, e que até tem, em alguns destes exemplos que tu citavas, admiradores explícitos, inclusive em Portugal. com o líder do Chega".

"Portanto, há aqui uma tendência, há uma onda claramente global, pelo menos nas democracias ocidentais, onde partidos da direita radical, partidos que eram de franja, se tornaram mainstream, se tornaram partidos de governo, a chefiar o governo, em alguns casos, ou, em outros casos, a integrar coligações de governo".