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Utente prioritária esperou três anos por cirurgia e outra foi mal medicada: ERS denuncia falhas graves nos hospitais

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) analisou dezenas de queixas de utentes relativas a falhas em hospitais de norte a sul do país, e instruiu várias instituições a adotarem melhores práticas para evitar reincidências. Entre os casos mais graves, destacam-se esperas excessivas por cirurgias prioritárias e erros em diagnósticos clínicos.

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Um dos casos analisados pela ERS diz uma utente em lista prioritária para cirurgia ortopédica no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, que esperou três anos pela intervenção. O hospital, segundo a ERS, não apresentou data concreta para a cirurgia, nem sugeriu qualquer medida para mitigar a demora.

Outro caso analisado ocorreu na Unidade Local de Saúde de Santa Maria, onde uma utente foi medicada para anemia sem que tivesse a doença. A ERS concluiu que houve troca de tubos com amostras de sangue, devido à sobrecarga do laboratório de urgência. Os técnicos envolvidos reconheceram que se tratava de uma noite com "grande pressão", com mais de uma hora de espera para colheitas. A unidade foi instruída a reforçar os protocolos de segurança laboratorial.

Além destes casos, a ERS ordenou ainda ao Hospital Amadora-Sintra que anulasse faturas cobradas indevidamente a um utente desempregado, em contradição com os seus direitos de isenção.

Estes episódios constam do relatório de deliberações mais recente da entidade reguladora, que revela que só no ano passado foram recebidas quase 88 mil reclamações - uma média de 240 queixas por dia.