O ex-presidente do Conselho de Administração do Hospital de Gaia faturou 52 mil euros em cirurgias adicionais, realizadas aos fins de semana, no próprio hospital. Apesar do cargo de gestor publico implicar exclusividade de funções, Rui Guimarães diz que teve autorização para realizar atividade remunerada como anestesista. O caso está a ser investigado pela IGAS.
O processo foi aberto em junho do ano passado e éconfirmado pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), depois da SIC questionar sobre suspeitas de acumulação de funções e conflito de interesses a envolver o ex-presidente do Conselho de Administração da ULS Gaia/Espinho.
Rui Guimarães, médico anestesista, assumiu o cargo em agosto de 2019, depois de ter sido, durante vários anos, diretor clínico no Hospital de Barcelos.
Diz que esteve três anos sem entrar no bloco já que a acumulação de funções enquanto gestor público implica a autorização expressa do ministro da Saúde.
Só depois da pandemia, que atrasou a atividade cirúrgica, é que Marta Temido assinou o despacho, em 2022, a autorizar a prática de atividade assistencial, de forma remunerada e excecional, dentro do limite previsto na lei.
Com isto,Rui Guimarães garante que não cometeu qualquer ilegalidade e que fez chegar toda a documentação à IGAS.
Sobre a polémica a envolver as cirurgias adicionais no Santa Maria, a ministra da Saúde reconhece que o SIGIC tem de ser atualizado e que o Governo está há um ano a trabalhar num novo programa, o SINAC, para evitar que o sistema volte a falhar. Ana Paula Martins diz que o novo sistema entra em vigor em setembro.