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"Abordei o senhor": vereadora de Cascais revela pormenores do episódio racista vivido pela filha

Em declarações à SIC, Carla Nunes Semedo não cala a indignação sobre o que terá acontecido à filha de 17 anos quando estava num autocarro da Carris Metropolitana, em Cascais. 

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Carla Nunes Semedo, vereadora na Câmara de Cascais, vai apresentar queixa contra o motorista Carris Metropolitana que terá insultado a filha de 17 anos, dizendo que "não transportava animais". Em entrevista à SIC, Carla Semedo revelou pormenores da situação vivida pela filha.

À denúncia pública, segue-se, agora, a queixa por racismo à Transportes Metropolitanos de Lisboa e à PSP.

"Na qualidade de mãe não posso deixar de estar indignada. Não posso deixar de estar frustrada com o facto de não haver canais de denúncia facilitadores e que monitorizem este tipo de comportamentos", lamenta Carla Nunes Semedo.

Carla Nunes Semedo não cala a indignação sobre o que terá acontecido à filha de 17 anos, quando estava num autocarro da Carris Metropolitana, em Cascais.

"Ela entrou no autocarro, estava sentada com uma amiga e a conversar para trás com a amiga e o senhor dirigiu-se a ela, com um tom elevado, a dizer que não podia estar sentada da maneira que estava e que estava a ser desadequada e então disse 'eu não transporto animais'. Face a isto, a Diana disse 'não pode falar assim com as pessoas', ao que o senhor respondeu 'não estou a ver uma pessoa aqui à minha frente'."

A mãe de Diana, vereadora das áreas da saúde, da ação social e direitos da Câmara Municipal de Cascais, confrontou o indivíduo:

"Abordei o senhor de uma forma não muito simpática porque sou mãe e percebi a angústia que a minha filha estava a viver naquele momento e o senhor em momento algum foi capaz de pedir desculpa pelo comportamento que teve. Em momento algum foi capaz de mostrar algum tipo de arrependimento."

Os pais lamentam que, em pleno século XXI, este tipo de comportamento ainda se verifique e muitas vezes sem punição.

"Esta nossa exposição numa rede social ocorreu porque queremos, única e exclusivamente, proteger a Diana e para que ela perceba que deve denunciar este tipo de situações e não optar por ficar em silêncio por medo do que pode acontecer."

Carla Semedo promete que não permitirá que o preconceito “se sente ao volante do que é público”.