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Quatro dermatologistas passavam receitas sem cumprir regras no Santa Maria

O Hospital Santa Maria abriu inquéritos a quatro dermatologistas por irregularidades na prescrição de medicamentos. É mais uma polémica a envolver o hospital, depois do caso do dermatologista que faturou 400 mil euros em apenas 10 dias. O presidente do conselho de administração exige conclusões em 24 horas.

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A auditoria interna detetou falhas graves nas cirurgias, feitas aos fins de semana, a familiares ou registadas em nome de médicos que estavam fora do país. E agora sabe-se que detetou também irregularidades nas prescrições.

Segundo a TVI, pelo menos quatro dermatologistas do Santa Maria passaram receitas médicas sem cumprir as regras. Um deles não teria sequer a autorização do Conselho de Farmácia, que é obrigatória.

Contactada pela SIC, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria confirma que foram detetadas quatro situações que deram origem a inquéritos autónomos, mas não especifica porquê.

O presidente do conselho de administração do hospital exige conclusões até esta sexta-feira. O prazo curto é um sinal da necessidade urgente de esclarecer o que se passa num dos maiores hospitais do país, sobretudo no serviço de dermatologia.

O diretor do serviço de dermatologia já se demitiu depois de terem sido divulgadas as primeiras conclusões desta investigação.

Dermatologista recebeu 400 mil por consultas em 10 sábados

O caso que deu origem à polémica foi o do médico Miguel Alpalhão, que terá recebido cerca de 400 mil euros por cirurgias feitas em dez sábados. Ao Expresso, o dermatologista garantiu que não violou as regras e que só operou quem precisava de ser operado, incluindo familiares. O caso está entregue ao Ministério Público.

Soube-se depois que também uma médica do hospital Santa Maria terá registado cirurgias que na verdade terão sido feitas por médicos internos enquanto estava num congresso em Itália. No ano passado, a médica ganhou 113 mil euros em sete sábados.