O Chega quer que aumentem as deduções com a Habitação, enquanto o Bloco de Esquerda propõe que seja possível deduzir os juros do crédito no IRS. Já o PCP quer a redução da taxa de IRS para os rendimentos mais baixos e a criação de um novo escalão para quem ganha mais de 250 mil euros anuais.
A descida do IRS proposta pelo Governo é discutida na Assembleia da República esta sexta-feira. E é na discussão e na disponibilidade do Governo para aceitar alterações que a oposição faz depender o sentido de voto às novas tabelas do IRS.
Ninguém quer estar contra a descida de impostos, querem é que o Governo vá mais longe.
“O Chega entende que devem aumentar as deduções em matéria de habitação”, afirma André Ventura, que propõe uma atualização dos valores.
“Não é um valor extremamente elevado, estamos a falar de 850 euros de deduções”, acrescenta.
Pelo Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua assume que a prioridade é descer os preços da Habitação e que vai procurar fazê-lo “através do IRS”, permitindo “a dedução dos juros do crédito à Habitação”.
“É muito mais prioritário isto do que ter medidas fiscais injustas, como a descida do IRC, como o IRS Jovem e até a descida dos impostos dos escalões superiores da tabela”, alega a líder bloquista.
O PCP apresenta uma tabela alternativa: puxa pelo 1.º e 2.º escalões com reduções maiores e cria um 10.º escalão, com taxas mais altas para salários mais altos.
No ano passado, a esquerda uniu-se e o Chega absteve-se, com a proposta do Governo a acabar substituída pela do PS, contra a vontade de PSD e CDS.
Agora, pede-se uma votação o quanto antes, na generalidade, já na sexta-feira, e um prazo mais curto para que ainda antes da interrupção para férias a descida do IRS sair da especialidade. Assim, poderia sair do papel e ser processada nas contas bancárias já no mês de agosto.