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"Vergonhoso": atrasos no Porta 65 prejudicam jovens à espera de resposta

Está a demorar cada vez mais a atribuição dos apoios do Porta 65. Apesar das queixas, há pessoas que continuam à espera, em alguns casos mais de oito meses, quando o prazo máximo de resposta é 45 dias.

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"Isto é um bocado vergonhoso. Estarmos tanto tempo à espera por uma resposta... Isto é uma desorganização", denuncia Raquel Gorrão, que fez a renovação da candidatura ao Porta 65 no início de dezembro do ano passado.

Não é uma candidatura nova e não mudou nada em relação ao ano anterior. Continua na mesma casa, com o mesmo rendimento. Mesmo assim, está há quase 8 meses à espera de resposta e sem receber o apoio.

"Tenho de pagar tudo do meu bolso. Divido casa com uma colega porque caso contrário não dá, ainda tenho uma criança com 6 anos, o que se torna mais complicado porque as despesas acrescem. Agora é ver se é aceite. Telefones não dá, ninguém atende. E-mails ninguém responde. Não dá para contactar ninguém da parte da Porta 65", diz Raquel Gorrão.

Essa é uma das principais queixas: o dinheiro não chega e quando tentam perceber as razões ninguém lhes dá resposta. É isso que conta uma outra candidata ao Porta 65, que fez o pedido há 7 meses.

Não quer ser identificada para não expor a situação frágil em que se encontra, mas à SIC diz que chegou a ligar mais de 20 vezes num só dia para o IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana). Sempre sem resposta.

"Às vezes as contas ficam um pouco apertadas. Quando nós pedimos ajuda é porque precisamos realmente dessa ajuda, não é para esperar 8 meses ou um ano por uma coisa que é suposto ser paga mensalmente e não anual", afirma Raquel.

À SIC, o IHRU tinha garantido em abril que as candidaturas pendentes iam ser analisadas até junho. Depois disse que os pagamentos seriam feitos nos primeiros 15 dias deste mês.

A SIC voltou a questionar o IHRU sobre os atrasos na atribuição dos apoios, mas ficou sem resposta.