Ficaram em prisão preventiva os dois polícias suspeitos de tortura em esquadras da PSP em Lisboa. O diretor nacional da PSP diz estar "dececionado".
As agressões terão acontecido na esquadra do Rato, em outubro do ano passado. Uma das vítimas, detida por suspeitas de furto, terá sido brutalmente agredida.
Segundo o inquérito, os polícias tentaram ainda sodomizar a vítima com um bastão. As agressões foram filmadas pelos próprios agentes.
Foi feita uma denúncia interna da própria PSP. A Direção Nacional tomou conhecimento dos factos e alertou o Ministério Público.
Segundo o jornal Expresso, os dois agentes estão no início da carreira.
O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, diz estar "dececionado":
"Ninguém gosta de alegações nas instituições que serve, porque os 20.000 polícias que temos dão o melhor todos os dias (...) e um só caso já é mau. Um só caso não agrada a ninguém, não agrada ao diretor nacional da PSP, a nenhum dos polícias, nem às instituições que trabalham connosco, mas a vida em sociedade é assim. Ao mesmo tempo fico (...) dececionado que possa haver um caso, mas é sinal que as instituições estão a funcionar."
O juiz de instrução decidiu aplicar a medida de coação mais gravosa - a prisão preventiva.
A Procuradoria-Geral da República fala em cerca de uma dezena de crimes denunciados. Em causa estão suspeitas de tortura, ofensas à integridade física e falsificação. Foram detidos numa operação do Ministério Público.
Houve buscas em várias esquadras, como a do Rato e do Bairro Alto, e também nas casas dos agentes.
A PSP afirma que, se os factos se confirmarem, os agentes devem ser expulsos.