País

Montenegro diz que o Chega tem posição "condizente" com a do Governo em matéria de imigração

O primeiro-ministro reafirma que o diálogo com a oposição "não inclui nenhum acordo de governação".

Loading...

Luís Montenegro nega a existência de acordos exclusivos com o Chega, mas diz que o partido de André Ventura tem uma posição condizente com a do Governo em temas como a imigração.

Em declarações este domingo na chegada à festa do Chão da Lagoa, na Madeira, este domingo, o primeiro-ministro a lamenta a "teimosia" do PS nas questões relacionadas com a imigração e não compreende as críticas sobre uma eventual aproximação ao Chega.

“Quem esteve oito anos, por exemplo, a promover uma política de imigração num determinado sentido, é de facto difícil, agora, em oito meses mudar de posição, é legítimo (...) O que eu já não compreendo bem é que eles [os socialistas] não respeitem que um Governo que prometeu aos portugueses uma política diferente, que os portugueses validaram, e não possam aceitar que haja uma aproximação de posições com outros partidos que têm uma posição mais condizente com aquela que o Governo tem.”

Isto depois este domingo o líder do PS, José Luís Carneiro, ter escrito um artigo de opinião no jornal Público em que critica a prioridade dada à alteração das leis da imigração e avisa que Montenegro será "corresponsável" pelos incidentes de ódio contra imigrantes que possam vir a acontecer.

Sem "exclusividade"

Luís Montenegro diz-se disponível para dialogar com os partidos à esquerda e à direita, mas garante que isso "não inclui nenhum acordo de governação permanente". Se para existir colaboração entre partidos fosse preciso um “contrato de exclusividade” o Governo seria sempre sustentado por coligações, argumenta.

“Eu prometi aos portugueses que não ia fazer nem coligação com o Chega, nem com o PS e não vou fazer”, assegurou.

O primeiro-ministro disse ainda que o Presidente da República vai exercer o papel que a Constituição lhe confere no âmbito da lei da imigração.

“O Presidente da República vai fazer uma avaliação [da lei da imigração], uma ponderação, que é simultaneamente política e jurídica e vai exercer os seus poderes que a Constituição lhe confere”, afirmou.