O assunto deu que falar na reunião de Câmara de quinta-feira passada. O Município de Loures discutia a atribuição de um apoio de 150 mil euros a uma igreja que alguns vereadores nem conheciam.
Igreja Evangélica está presente em vários países do mundo. Ganhou milhares e milhares de fiéis à boleia dos famosos. Tem milhões de seguidores nas redes sociais em todo o mundo. Em Portugal são 40 mil só no Instagram. Atrai multidões, sobretudo de jovens, ao misturar o culto com uma espécie de evento pop.
Hillsong acumula escândalos em todo o mundo
Este documentário da Vanity Fair expôs vários escândalos desta igreja: assédio sexual, exploração de voluntários, discriminação de homossexuais, num negócio altamente lucrativo.
A nova sede, em Loures, está instalada neste pavilhão, no Prior Velho, a dois passos do aeroporto de Lisboa. Durante dois dias procurámos falar com um responsável da igreja em Portugal, mas ninguém se mostrou disponível, chegando até a alegar que o presidente está de férias até ao final do mês.
Câmara de Loures concede 150 mil euros
Os 150 mil euros que a Câmara de Loures decidiu entregar a esta igreja vão servir, diz fonte da autarquia, para apoiar a construção de uma cantina, balneários e um banco de roupa para pessoas sem abrigo, assim como programas para crianças e jovens.
É este o fundamento do apoio. A autarquia diz que este projeto de melhoramento e adaptação do edifício é uma mais-valia para o território de Loures. Para os vereadores da oposição é outra coisa.
À SIC, fonte do município de Loures diz que é importante não confundir apoio para obra social com apoio religioso. Nota o Observador, que avançou o caso, que um dos pastores principais da Hillsong tem andado muito ativo nas redes sociais com críticas constantes à Esquerda.
Há um autarca que tem escapado. Neste tweet diz que o PS não aprendeu nada com os resultados eleitorais e que a exceção parece ser Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures. O tweet foi escrito a 18 de julho e o apoio concedido duas semanas depois.