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Trabalhadores da Carris apresentaram "queixas sucessivas" quanto à manutenção dos elevadores em Lisboa

Manuel Leal, dirigente sindical da Fectrans e do STRUP, revelou que os trabalhadores da Carris têm apresentado queixas sucessivas sobre a necessidade de manutenção dos elevadores, incluindo o da Glória que descarrilou. O sindicato pede um inquérito rigoroso às causas do acidente e defende que a manutenção deve voltar a ser responsabilidade dos trabalhadores da Carris, em vez de empresas externas.

Trabalhadores da Carris apresentaram "queixas sucessivas" quanto à manutenção dos elevadores em Lisboa
MIGUEL A. LOPES

Os trabalhadores da empresa municipal Carris, em Lisboa, apresentaram "queixas sucessivas" quanto à necessidade de manutenção dos elevadores, inclusive o da Glória que esta quarta-feira descarrilou, afirmou Manuel Leal, dirigente sindical da Fectrans e do STRUP.

"Fundamentalmente, aquilo que nos parece sobre este acidente é que deve haver um inquérito rigoroso às suas causas [...], deve haver este inquérito às causas profundas deste acidente, até porque os trabalhadores já vêm reportando de há muito tempo questões da necessidade da manutenção destes elevadores voltar à responsabilidade dos trabalhadores da Carris e não ser entregue a empresas exteriores, como é o caso concreto do elevador da Glória", afirmou Manuel Leal, em declarações à agência Lusa.

Representante de todos os trabalhadores da Carris, o dirigente sindical da Fectrans - Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes e Comunicações e do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) lamentou profundamente as vítimas do descarrilamento do elevador da Glória, sem dispor de informação sobre a situação em que estará o guarda-freio.

"Os próprios trabalhadores iam reportando, de facto, estas diferenças em termos daquilo que a manutenção que há uns anos era feita pelos trabalhadores da Carris e as diferenças para a manutenção que é feita hoje, nomeadamente com queixas sucessivas dos trabalhadores que lá laboram quanto ao nível de tensão dos cabos de sustentação destes elevadores", adiantou.

Na perspetiva de Manuel Leal, o descarrilamento do elevador da Glória, "lamentavelmente, [...] veio dar razão a estas queixas dos próprios trabalhadores e deve levar o Conselho de Administração, perante um inquérito rigoroso a estas causas, a reequacionar a entrega a privados desta manutenção", fazendo com que a manutenção volte à responsabilidade da qualidade com que os trabalhadores das oficinas da Carris têm sempre colocado na manutenção do material circulante.

Com Lusa