Para resolver a falta de professores nas escolas, o Governo abriu um buraco nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens. Os 342 professores que estavam colocados nas várias CPCJ do país tinham mandatos de três anos, renováveis até um total de nove, mas foram todos chamados de volta às escolas.
A decisão dos professores a enviar para as Comissões será agora dos diretores escolares, privilegiando quem não tem componente letiva e evitando disciplinas desfalcadas.
A questão é que, entre uma coisa e outra, centenas de processos da CPCJ ficaram parados. Marta Jorge, ex-presidente da CPCJ de Alpiarça, diz que esses processos irão, muito provavelmente, ser reencaminhados para o Ministério Público.
“Se calhar vamos entupir os tribunais com eles”, rematou.
Também a presidente da CPCJ de Sines afirma que a proteção das crianças do país ficará comprometida com a nova medida do Governo.
Entretanto, a decisão já foi debatida num encontro que reuniu mais de três centenas de representantes das Comissões de Proteção de Menores com a presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. A discussão aconteceu à porta fechada, longe das câmaras e dos microfones.