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ANÁLISE

Descarrilamento no Elevador da Glória: o que acontece quando é declarada situação de catástrofe?

O Elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou, provocando 15 mortos e 18 feridos, incluindo vários em estado grave. O médico e comentador da SIC, Francisco Goiana da Silva, explica quais são os procedimentos habitualmente adotados neste tipo de contexto, em que é declarada situação de catástrofe.

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O Elevador da Glória, o icónico ascensor que liga os Restauradores ao Príncipe Real, descarrilou ao final da tarde desta quarta-feira, na Calçada da Glória, em Lisboa. Em declarações aos jornalistas, as autoridades confirmaram 15 vítimas mortais e 18 feridos, incluindo vários em estado grave. Os feridos encaminhados para diversos hospitais da região, incluindo os Hospitais de São José, Santa Maria, São Francisco Xavier e Cascais.

Na antena da SIC Notícias, Francisco Goiana da Silva explicou que os hospitais portugueses têm planos de contingência que devem ser ativados neste tipo de situações. Estes planos regem-se por um manual que define as medidas a adotar, incluindo cenários de catástrofe, como aquele que foi declarado após o acidente com o Elevador da Glória.

Os hospitais da região de Lisboa ativaram os seus planos ao nível de catástrofe, nomeadamente as Unidades Locais de Saúde (ULS) de Santa Maria, São José e Lisboa Ocidental (Hospital de São Francisco Xavier). Também os hospitais de Cascais e Amadora-Sintra foram acionados, embora para receber feridos com menor gravidade.

Entre os 18 feridos encontra-se uma criança que, segundo o médico e comentador da SIC, não está entre os casos mais graves e não corre perigo de vida.

Francisco Goiana da Silva sublinhou ainda que, em contextos como este, são convocados médicos de várias especialidades, desde ortopedia, neurocirurgia, medicina interna até aos cuidados intensivos.

"Do que me tenho apercebido, tudo funcionou como um relógio. Os médicos, mesmo antes de serem convocados pelos hospitais, proactivamente contactaram as unidades de saúde ou deslocaram-se automaticamente para prestar socorro, ou perguntaram se era necessário. Neste momento, nos grandes hospitais, temos médicos mais do que suficientes e estamos a conseguir dar uma resposta tranquila dentro de uma situação de catástrofe. Acho que, enquanto médico, estou orgulhoso do trabalho que os meus colegas estão a fazer", revela.

Como é feita a gestão e triagem neste tipo de cenários?

O médico e comentador da SIC explica que, neste tipo de cenários, são ativados diversos tipos de meios e equipas de segurança e médicas.

Em seguida, são montados hospitais de campanha com o objetivo de estabilizar as vítimas antes de serem encaminhadas para as unidades hospitalares, bem como para “armazenar os cadáveres” resultantes deste tipo de acidentes.

Pelo menos cinco pessoas estarão em estado grave, tendo sido encaminhadas para três hospitais diferentes: São José, Santa Maria e São Francisco Xavier. Pelo menos um dos feridos foi ventilado antes de ser transportado para o hospital e deverá ser submetido a cirurgia.