O descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, está a ser encarado como um acidente multivítimas, confirmou à SIC Notícias o especialista em Proteção Civil André Morais.
Segundo o especialista, trata-se de "uma situação inédita na questão em si, mas não inédita no âmbito de acidentes com múltiplas vítimas". A particularidade do caso está relacionada com a complexidade da operação de socorro, já que "há vítimas encarceradas" e "o acesso ao interior do próprio elevador é difícil, porque se trata de uma estrutura antiga, muito à base de ferro".
Questionado sobre o procedimento das equipas de emergência em cenários desta natureza, André Morais explicou que, ao chegarem ao local, "as vítimas que conseguem movimentar-se por conta própria são identificadas como ilesas ou classificadas com prioridade 3". Já "aquelas que não conseguem sair pelos próprios meios são avaliadas como prioridade 2 ou prioridade 1, consoante a gravidade das lesões".
"As equipas retiram primeiro as vítimas de prioridade 1, depois as de prioridade 2", explicou.
No caso dos encarcerados, aqueles em estado mais grave são retirados em primeiro lugar", acrescentou.
Sobre a raridade de um acidente deste tipo, André Morais reconheceu que "nos últimos tempos não se recorda de um caso semelhante". Ainda assim, sublinha que a atuação segue protocolos já aplicados noutros contextos: "o que está a ser feito é semelhante ao que aconteceria num descarrilamento ou numa colisão rodoviária ou ferroviária".
Quanto às causas do acidente, o especialista não exclui nenhuma possibilidade: "Pode ter sido uma questão técnica ou humana". Contudo, pelo que foi ouvindo, o especialista indica que "tudo pode estar associado a uma falha mecânica".