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PS pede audição de reitor da Universidade do Porto sobre denúncia de pressões para aceitar 30 candidatos

Deputado do PS Porfírio Silva quer que reitor explique "de viva voz e com os detalhes necessários tudo aquilo que se passou". Ministério da Educação diz que "nunca pressionou"

PS pede audição de reitor da Universidade do Porto sobre denúncia de pressões para aceitar 30 candidatos

O PS pediu esta sexta-feira a audição parlamentar urgente do reitor da Universidade do Porto sobre as alegadas pressões para admitir a entrada em Medicina de alunos sem a classificação mínima, considerando que o ministério não esclareceu tudo.

"Aquilo que as notícias publicadas hoje nos permitem perceber, por palavras do reitor da Universidade do Porto, é que houve pressões para fazer entrar na faculdade de Medicina umas dezenas de alunos que não tinham obtido a classificação mínima na prova do respetivo concurso e que o senhor ministro da Educação poderia ter estado disposto a proceder nesse caso de modo não conforme ao quadro legal para acesso ao Ensino Superior", afirmou, em declarações à Lusa, o deputado do PS Porfírio Silva.

Para o deputado do PS, "o país precisa de ter confiança nas instituições e no cumprimento das regras de acesso ao Ensino Superior" e é preciso esclarecer esta situação, motivo pelo qual o PS deu entrada deste requerimento com caráter de urgência.

Porfírio Silva quer que António Sousa Pereira explique "de viva voz e com os detalhes necessários tudo aquilo que se passou" neste caso esta sexta-feira noticiado pelo Expresso.

"Não nos parece que a nota do Ministério da Educação esclareça toda a situação. Também não fazemos processo de intenção e portanto não vamos chamar mais ninguém antes de ouvir a pessoa que fez estas declarações", explicou.

O socialista espera que na próxima terça-feira seja votado este requerimento em comissão para que se possa ter rapidamente estes esclarecimentos.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação recusou ter pressionado o reitor da Universidade do Porto a admitir candidatos ao curso de Medicina de forma irregular, nem de ter sugerido qualquer solução que violasse enquadramento legal em vigor.

"O Ministro da Educação, Ciência e Inovação nunca pressionou, de forma alguma, o Reitor a admitir aqueles candidatos de forma irregular, nem sugeriu qualquer solução que violasse o enquadramento legal em vigor. É, por isso, falsa a acusação do Reitor da Universidade do Porto", segundo um comunicado divulgado hoje pelo Ministério.

O jornal Expresso noticiou esta sexta-feira que o reitor da Universidade do Porto afirmou ter recebido pressões de várias pessoas "influentes", sem querer adiantar nomes, para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso para licenciados noutras áreas.

O assunto, escreve o Expresso, chegou ao ministro da Educação, que ligou ao reitor a manifestar disponibilidade para que se criassem vagas extraordinárias de modo a que estes alunos (que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no concurso especial de acesso para licenciados noutras áreas) tivessem lugar na Faculdade de Medicina.

"O ministro gostaria que isso fosse feito, mas eu disse-lhe: 'Eu não o faço. Eu cumpro a lei. Se o senhor ministro entende que deve ser de outra maneira, dê-me a ordem e eu executo-a'", disse o reitor ao Expresso.