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Ministra da Saúde assegura que maternidade do Hospital de Vila Franca de Xira não vai encerrar

Ana Paula Martins garante que as urgências não vão encerrar, mas admite que o fecho recorrente de urgências "não descansa" o Governo.

Ministra da Saúde assegura que maternidade do Hospital de Vila Franca de Xira não vai encerrar
TIAGO PETINGA/Lusa

A ministra da saúde, Ana Paula Martins, assegurou esta segunda-feira que a maternidade do Hospital de Vila Franca de Xira não vai encerrar, um receio manifestado pelos autarcas dos cinco municípios servidos pelo hospital de Vila Franca de Xira.

"Não vamos fechar a maternidade. Estamos sim a estudar a rede de referenciação das urgências para garantir a segurança às grávidas e aos bebés", declarou Ana Paula Martins na cerimónia de inauguração do Campus de Saúde da Misericórdia de Vila Franca de Xira.

A ministra adiantou que terão "certamente de partilhar recursos", porque não há médicos suficientes para garantir as escalas das urgências obstétricas em Lisboa e Vale do Tejo, com "encerramentos contínuos de quatro a seis urgências" por todo o país, uma situação que, afirmou, "não nos descansa, não nos pode descansar sobretudo na obstetrícia".

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Notou ainda que, no caso da obstetrícia e pediatria, muitas vezes, esses encerramentos estão localizados em Vila Franca de Xira.

"É uma enorme preocupação para nós e não vos escondo, mas as soluções têm de ser encontradas com base no estudo feito por comissões de peritos especializados, entre os profissionais e os conselhos de administração e em diálogo com os autarcas", defendeu, vincando que "a linha vermelha é a segurança da grávida e do bebé".

Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, saudou a garantia da ministra em manter a maternidade aberta.

"Essa era a palavra que estávamos à espera por parte da Sra. Ministra. Foi importante que o tivesse dito, embora tenha manifestado, como aliás se sabe e ela própria também já o admitiu, que há uma grande dificuldade por parte do Ministério da Saúde em dar resposta aos serviços de saúde de proximidade", afirmou o autarca.

Nesse se sentido, disse, "a ideia continua de pé relativamente à necessidade de reabertura das urgências obstétricas e pediátricas no Hospital de Vila Franca de Xira à noite e ao fim de semana.

Fernando Paulo Ferreira disse que é uma matéria que "em breve" os cinco autarcas irão falar com a ministra, quando tiver o estudo "na sua mão".

Ana Paula Martins recordou que, na reunião que teve há duas semanas com os autarcas de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira, manifestou a sua disponibilidade para manter o diálogo em prol das populações que servem.

"Entraram de mãos vazias, que vos foram efetivamente esvaziadas com medidas mal avaliadas no passado e que não tiveram em conta as vossas populações, mas também não saíram, é verdade, com promessas ou soluções milagrosas, porque nós não governamos assim", disse.

Segundo a ministra, os autarcas saíram com "a noção muito exata pela partilha honesta transparente e sincera" de que o Governo fará o que for preciso, "sem medo, com energia redobrada" para que a ULS do Estuário do Tejo volte a ter "as respostas necessárias a uma região de elevado potencial social e económico".

Para Fernando Paulo Ferreira, é "muito importante" que o diálogo continue, lembrando as reivindicações dos municípios de contratação de médicos de família e a abertura permanente das urgências pediátricas e obstétricas.

Disse esperar que o encerramento que tem vindo a acontecer da urgência não venha a afetar a análise do número de partos no hospital de Vila Franca de Xira, para garantir que "a maternidade não fecha", porque "sem uma coisa, a outra dificilmente se mantém".

No discurso, a ministra disse ainda que o Governo irá lançar um novo concurso para que o hospital de Vila Franca de Xira volte a ter uma gestão em regime de Parceria Público-Privada como aconteceu entre 2013 e 2017.

"Era uma boa solução. Desde logo para os utentes, para os profissionais e para os dinheiros públicos", defendeu, observando que, apesar do esforço da gestão pública, o hospital não conseguiu voltar atingir aquela eficiência operacional.