O antigo primeiro-ministro pediu dispensa esta quarta-feira à tarde ao coletivo presidido pela juíza Susana Seco, por precisar de se deslocar ao Brasil por motivos académicos. O pedido foi aceite pela magistrada e por isso o antigo ministro esteve ausente do julgamento. A maior surpresa acabou por ser a presença do procurador Rosário Teixeira.
O procurador que acusou e investigou Sócrates não era obrigado a estar, mesmo que o outro procurador não pudesse ter vindo, mas decidiu comparecer ainda assim.
Esta quinta-feira o capítulo do processo em discussão é referente a Vale do Lobo, estando a ser questionado um antigo administrador que tentou negociar com a Caixa Geral de Depósitos um empréstimo de cerca de 220 milhões de euros.
Na altura da investigação, o Ministério Público, com Rosário Teixeira como procurador titular do processo, concluiu que houve um empréstimo, mas apenas com a intervenção de José Sócrates. Além disso, esse empréstimo envolveu também Armando Vara, que era o presidente da Caixa Geral de Depósitos.
Como se verificou que isto aconteceu, tanto Sócrates quanto Vara terão recebido um milhão de euros como contrapartida.
O empresário de Vale do Lobo, esta quinta-feira ouvido em tribunal, alega que, do que sabe, não houve qualquer interferência política.
O antigo primeiro-ministro é um dos 21 arguidos da Operação Marquês e responde maioritariamente por corrupção e branqueamento de capitais.
Os 21 arguidos têm, em geral, negado a prática dos 117 crimes económico-financeiros que globalmente lhes são imputados.
O julgamento começou em 3 de julho no Tribunal Central Criminal de Lisboa e Sócrates está dispensado das próximas sessões do julgamento.