Joaquim Parrinha lançou os primeiros lotes de vinho ao mar em 2013. Agrónomo de formação, quis testar a influência do meio ambiente nas garrafas para criar um produto que representasse a costa alentejana. Assim nasceu a Adega do Mar, em Sines.
Com o tempo, a equipa percebeu que a pressão, a temperatura e a própria ausência de luz aceleravam o envelhecimento do vinho e aprimoravam os aromas de cada casta. O processo ainda é longo: alguns tintos, por exemplo, só se podem "pescar" ao fim de dois anos.
O projeto soma, ao todo, 26 produtores do Douro ao Algarve. A Quinta Brejinho da Costa, em Grândola, foi das primeiras a acreditar no projeto. Só este ano, já enviou para as profundezas cerca de 600 garrafas.
O vinho é testado semanalmente por enólogos. Só depois mergulha no oceano, bem lacrado, para que o ambiente faça o resto.
O que começou como uma simples experiência, virou atração turística. E, quem quiser, pode ir a Sines resgatar o próprio vinho. O preço das garrafas começa nos 50 euros e varia consoante as produções.
A Adega do Mar tem quatro localizações ao largo de Sines. Costuma submergir entre 16 mil e 20 mil garrafas por ano e há cada vez mais estrangeiros interessados no projeto.