A Ordem dos Enfermeiros propõe que os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica possam assegurar o acompanhamento das grávidas de baixo risco que não tenham médico de família.
Em Portugal, uma orientação da DGS, de janeiro de 2023, vai nesse mesmo sentido. Apesar disso, a ideia nunca saiu do papel. Questionado pelo jornal Público, o presidente da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente assegurou que sim, é esse o caminho a seguir.
Com mais de 1,5 milhões de utentes sem médico de família, a esmagadora maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, as urgências têm vindo a receber cada vez mais mulheres que não foram acompanhadas na gravidez.
A ‘pressão migratória’, como lhe chamou a ministra da Saúde, poderá ser o empurrão para que, finalmente, se vençam as dúvidas e reservas da Ordem dos Médicos e se avance com um novo modelo.
Há quase 3.500 enfermeiros especialistas em Portugal, perto de 1.400 na região Sul, onde a situação é mais crítica. A maioria trabalha no Serviço Nacional de Saúde.
Uma diferença significativa face aos recursos médicos, diz o jornal Público. O país tem 1.960 especialistas em ginecologia e obstetrícia inscritos na Ordem dos Médicos, mas apenas 748 trabalham no SNS.