O número de jogadores que pedem voluntariamente para serem impedidos de apostar em plataformas online atingiu um valor recorde em Portugal. De acordo com dados avançados pelo Jornal de Notícias (JN), o total de autoexclusões já ultrapassou as 326 mil.
Por dia, são registados cerca de 200 novos pedidos. A esmagadora maioria dos jogadores opta por bloqueios sem prazo definido, revela o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), citado pelo JN.
Só entre janeiro e junho de 2025, foram desativadas 33,9 mil contas por iniciativa dos próprios utilizadores.
"Só no último ano, o crescimento foi de 27%, mais do dobro que o aumento do registo de jogadores no mesmo período de 2024", lê-se na notícia.
Este crescimento surge numa altura em que se assinalam 10 anos desde a regulamentação do jogo online em Portugal e numa fase em que o Parlamento se prepara para discutir o tema.
Ao todo, existem 4,8 milhões de registos de jogadores nas várias plataformas autorizadas a operar no país, mas cada registo de autoexclusão não corresponde necessariamente a um jogador individual, uma vez que a mesma pessoa pode estar inscrita em várias operadoras.
Mecanismo de autoexclusão "não é suficiente"
A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) defende que é necessário reforçar o mecanismo de autoexclusão. Em declarações ao JN, Ricardo Domingues, da APAJO, lembrou que este instrumento "não é suficiente" e que deveria ser aplicado de forma transversal:
"Se a pessoa se exclui de um operador devia estar automaticamente excluída em todos", salientou.