Há 8 meses que Jorge Silva conhece demasiado bem o curto caminho entre o Hospital Pediátrico de Coimbra e a casa da Associação Acreditar, que acolhe a família da Guarda durante os tratamentos do filho de três anos.
"É um cansaço emocional muito grande", Jorge Silva, pai de uma criança com cancro.
Com a vida virada do avesso, o tempo vai trazendo novos problemas, com muitas famílias a enfrentarem dificuldades financeiras.
Apoios até 65% do salário e só para um dos pais
Para as crianças que fazem tratamentos longe de casa, o apoio que chega do Estado ajuda a aumentar a solidão dos pais, já que é pago apenas a um dos dois progenitores, enquanto o outro continua a trabalhar. Além disso, no máximo, o apoio chega aos 65% daquilo que era o rendimento mensal.
Os pais querem que ambos possam ter direito ao apoio, pelo menos em alguns momentos, e que o valor passe a corresponder, sem cortes, ao rendimento mensal. Pedem ainda o alargamento do atual limite de 30 faltas para assistência aos filhos.
O drama do cancro pediátrico é vivido todos os anos em Portugal por 400 famílias, que esperam mudanças depois das propostas que já apresentaram ao Governo.