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Adesão da Ucrânia à UE: PCP é o único partido a desvalorizar a atribuição de estatuto de candidato

António Costa recebeu os partidos com representação parlamentar.

Adesão da Ucrânia à UE: PCP é o único partido a desvalorizar a atribuição de estatuto de candidato
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O primeiro-ministro recebeu, esta sexta-feira os partidos com representação parlamentar para discutir a adesão da Ucrânia à União Europeia. O PCP foi o único partido a desvalorizar a atribuição do estatuto de candidato.

Após ter sido duramente criticado pela posição que tem tomado face à guerra na Ucrânia, o PCP desvalorizou o estatuto de candidato a membro da União Europeia.

Jerónimo de Sousa lembrou que aqueles que apoiam a entrada da Ucrânia na UE, “relativizam-na”.

“Incluindo o primeiro-ministro na sua consideração que sim, estatuto associativo, mas em relação à questão da adesão, logo se verá”, disse.

Acompanhado pelo antigo candidato presidencial e membro do Comité Central do PCP, João Ferreira, Jerónimo de Sousa sublinhou apenas que a prioridade para o PCP é “o diálogo”.

O Livre mostrou-se favorável à concessão à Ucrânia do estatuto oficial de país candidato à União Europeia, mas considerou que o processo de adesão “terá de ser julgado pelos seus méritos e deméritos” e cumprir as regras.

“Consideramos que a Ucrânia merece a aceitação do seu pedido de candidatura à União Europeia“. Rui Tavares ainda frisou que seria um “erro histórico” se a UE rejeitar a candidatura da Ucrânia.

O líder do Livre considera que a aceitação é um passo com responsabilidades acrescidas para ambas as partes.

Rui Tavares ressalvou que, por parte da UE, há outro esforço de que “pouquíssimo se fala e que tem que se falar, da própria UE se reformar já prevendo o futuro”.

O PAN afirmou que não se deve adiar o processo da candidatura da Ucrânia a membro da União Europeia. Inês de Sousa Real defende que “o caminho para a paz” passa por este reconhecimento.

“A adesão de novos estados-membros, nomeadamente um país como a Ucrânia com 40 milhões de habitantes, pode de facto do ponto de vista financeiro mudar as regras do ponto de vista da proporcionalidade para estados-membros como Portugal que hoje beneficia de mais fundos europeus. Agora, a verdade é que não podemos ficar dependentes única e exclusivamente para o desenvolvimento do país dos fundos europeus”, considerou a líder do PAN.

Terminada a reunião entre António Costa e o Bloco de Esquerda, Catarina Martins reforçou que não deverá haver um “processo de adesão rápido e que ultrapasse as condições de Estado de Direito”. A coordenadora do Bloco considerou que a União Europeia deve aceitar o estatuto da Ucrânia de país candidato e deve, ainda, “apoiar a ter as condições para um dia vir a integrar”.

Catarina Martins avisou também que não que devem ser “baixados os standards da democracia”.

O Iniciativa Liberal disse que deve ser concedido o estatuto de candidato à Ucrânia e criticou a atuação de Portugal.

A ambiguidade estratégica da União Europeia contribui em parte para o descaramento e a agressividade da Rússia relativamente à Ucrânia. Não se pode repetir, não há espaço para ambiguidade estratégica. A União Europeia tem que apoiar a Ucrânia atribuindo-lhe o estatuto de candidato”, afirmou João Cotrim de Figueiredo.

Terminada a reunião entre o Chega e António Costa, Pedro Pinto explicou que é a favor do estatuto de candidato da Ucrânia.

“Desde que o processo seja transparente acompanhamos a entrada da Ucrânia na União Europeia”, disse o líder da bancada parlamentar do Chega.

Pedro Pinto também considerou que as reservas do primeiro-ministro são normais, tendo em conta o papel que a Ucrânia pode assumir no bloco europeu.

Durante a tarde António Costa recebeu ainda os líderes parlamentares do PSD e do PS, que apoiaram a adesão da Ucrânia à União Europeia.

A Comissão Europeia recomendou esta sexta-feira ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia (UE), emitindo parecer semelhante para a Moldova, enquanto para a Geórgia entende serem necessários mais passos.