O ex-presidente do BPP foi encontrado morto na prisão de Westville, em Durban e horas depois surgiu a notícia de que a advogada de defesa, June Marks tinha pedido para deixar de representar João Rendeiro. O editor da SIC, Luís Garriapa, que tem acompanhado o processo, indica que “ainda não se conhece a relação” entre estes dois acontecimentos, mas o certo é que tal notícia “adensa ainda mais o mistério” em torno da morte de Rendeiro.
O Ministério Público da África do Sul esclareceu que o processo estava a decorrer normalmente e que a extradição de João Rendeiro ainda estava por acorrer. Posto isto, “é estranho que a advogada tenha saído”, entende Luís Garriapa.
A SIC questionou a advogada a respeito das razões que a levaram a querer renunciar ao processo, ao que June Marks respondeu que se trata de uma “matéria privada”.
As autoridades sul-africanas decidiram chamar, esta sexta-feira, João Rendeiro a tribunal, para poderem tratar de questões legais sobre a substituição da advogada e perceber se estaria tudo organizado para realizar a audiência preparatória da extradição, marcada para dia 20 de maio.
O editor da SIC afirma que ainda não se sabe se João Rendeiro tinha a informação que June Marks já não ia ser a advogada.
Questionado sobre a possível extinção dos processos, Luís Garriapa esclarece que “vão continuar sem João Rendeiro e apenas se extinguem em relação ao ex-banqueiro”.
“A sua responsabilidade penal morre neste processo e continua em relação a outros arguidos. O que pode continuar é a responsabilidade civil e tudo depende se Rendeiro deixar alguma herança. Se houver património, que deixe para a mulher ou sobrinho, essas pessoas podem ser posteriormente chamadas a pagar essas indemnizações”.
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