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As “duas frentes de combate” que estão no caminho do novo líder do PSD

A politóloga Marina Costa Lobo considera que o novo líder do PSD vai ter de fazer mais do que apenas oposição ao PS.

As “duas frentes de combate” que estão no caminho do novo líder do PSD

Luís Montenegro é o novo líder do PSD. Foi eleito com mais de 70% dos votos, numa eleição onde a abstenção rondou os 40%. O novo presidente dos sociais-democratas tem como desafios a oposição à maioria absoluta do PS, a unidade do partido e a relação com o Chega. Na antena da SIC, a politóloga Marina Costa Lobo considera que o 19.º presidente do PSD terá de ser “mais inovador” e não fazer apenas oposição ao PS.

Começando por salientar que o novo líder do PSD se posiciona como uma “alternativa à postura mais moderada de Rui Rio, que se assumiu como um social-democrata mas muito centrista do ponto de vista ideológico, e Luís Montenegro tem uma postura diferente. Não é por acaso que no seu discurso de vitória diz que quer ser uma verdadeira uma alternativa ao PS”.

A questão é que o PSD e o sistema partidário português já não são o que eram em 2011. Neste momento existem dois partidos à direita, o Chega e a Iniciativa Liberal. Portanto já não há apenas uma frente de combate para o PSD. Enquanto Passos Coelho podia afirmar-se como alternativa ao PS e isso ser algo relativamente simples, no caso de Montenegro tem duas frentes: fazer oposição de facto ao Governo de maioria absoluta, mas também tem a frente à sua direita porque (…) o que estes dois novos partidos querem é ganhar terreno dentro do espaço da direita”, destacou.

Esta conjuntura vai, por isso, obrigar o novo líder do PSD a ser “mais inovador do que simplesmente fazer oposição ao PS”, considera a politóloga, acrescentando ainda outra dificuldade que Montenegro terá pela frente: “o desafio de conseguir fazer oposição de fora do Parlamento”.

Outro desafio será do ponto de vista comunicacional. “O PSD tem de estar nas notícias, Luís Montenegro tem de conseguir ser notícia e acho que esta campanha não foi um bom indicador daquilo que poderá acontecer“, disse Marina Costa Lobo lembrando que o novo líder ‘laranja’ recusou debater ideias com o adversário.

Uma noite em que também venceu a abstenção

Com 19.225 votos mais do que Rui Rio teve nas duas últimas eleições Luís Montenegro espera que esta seja a cola suficiente para unir o partido. São mais de 70% dos votos, numa eleição em que a abstenção foi demasiado alta para ser ignorada. Jorge Moreira da Silva pouco passou dos 7.300 votos, mas já deixou claro que não quer estar na direção do novo líder.

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