António Costa é contra aumentos salariais para compensar a inflação. Alega que provocariam uma escalada inflacionista.
O primeiro-ministro e secretário-geral do PS foi este sábado à Comissão Nacional do Partido Socialista onde respondeu também ao Presidente da República sobre a possibilidade de retificações ao próximo Orçamento do Estado.
Costa assume que podem ser necessários ajustes, mas garante que há capacidade para isso.
Mexer nos salários iria criar uma “espiral inflacionista”
O primeiro-ministro disse que mexer nos salários iria criar uma espiral inflacionista, sustentando que o aumento imediato dos rendimentos como resposta iria ser “comido rapidamente” pela consequente subida de preços, tal como aconteceu nos anos 70 e 80.
“Todos os que viveram nos anos 70 e 80 se recordam [das consequências] de responder unicamente com aumento dos rendimentos ao aumento dos preços. Se os preços estão a aumentar porque os custos de produção estão a subir na área da energia, então, por essa via, iríamos só aumentar mais os custos de produção. Os preços iriam aumentar e cairíamos na ilusão do aumento do rendimento, que rapidamente seria comido pela subida da inflação”, sustentou.
Redução do ISP
Sobre os combustíveis, António Costa explicou este sábado o impacto que a redução do ISP terá na carteira dos portugueses. O Conselho de Ministros aprovou esta sexta-feira a descida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) equivalente à redução do IVA para 13%.
O aumento dos preços dos combustíveis sofrido desde outubro deverá cair para metade no caso do gasóleo e mais de 70% no caso da gasolina.
“Não é 100%, mas é um esforço enorme”, afirmou.
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