País

Autarca de Setúbal diz que “não há provas” de perguntas sobre maridos das refugiadas ucranianas, SEF vai investigar

O primeiro-ministro continua em silêncio sobre a polémica. 

Autarca de Setúbal diz que “não há provas” de perguntas sobre maridos das refugiadas ucranianas, SEF vai investigar

O presidente da Câmara de Setúbal não garante a proteção dos dados dos refugiados ucranianos recolhidos no gabinete municipal. O SEF abriu, entretanto, um inquérito para averiguar se a forma como os imigrantes foram atendidos em Setúbal cumpre ou não a legislação. 

Já este sábado, o primeiro-ministro voltou a recusar falar do assunto. Pela terceira vez, António Costa recusa falar sobre as denuncias feitas por refugiados ucranianos à forma como são atendidos na Câmara de Setúbal.  

O silêncio do primeiro-ministro mantém-se 24 horas depois do seu gabinete ter desmentido que a Câmara de Setúbal lhe tenha pedido informações relativas à associação sobre a qual recaem suspeitas de partilha de dados privados de refugiados ucranianos com entidades russas. 

Em entrevista à SIC, o autarca garante que os serviços da câmara “seguem o protocolo da administração central” e afirma que “não há provas” de que tenham sido colocadas perguntas sobre o paradeiro dos maridos das refugiadas ucranianas. 

O atendimento aos refugiados era feito no gabinete de apoio que a autarquia criou para ajudar os que fugiram da guerra a inscreverem-se na plataforma que o SEF criou propositadamente. 

A direção nacional do SEF quer agora averiguar se há irregularidades nos procedimentos. Foi, por isso, aberto um processo de averiguações

O que está em causa?

De acordo com o Expresso, Igor Khashin, líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e a mulher terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal.

Igor Khashin é um dirigente associativo com dupla nacionalidade, que se apresenta como “gestor de projetos”, e que as associações a que terá estado ligado estavam nos sites da Ruskyi Mir e da Rossotrudnichestvo, instituições estatais criadas pelo Kremlin.

SAIBA MAIS