O pão, os combustíveis e a eletricidade são alguns dos bens essenciais que estão mais caros. A guerra na Ucrânia veio juntar-se à seca e ao desconfinamento, o que está a provocar uma escalada de preços e a preocupar os consumidores.
O aumento dos preços faz-se sentir no bolso das famílias e os protestos já começaram a ouvir-se. No Porto, uma manifestação que decorreu no sábado espelha as preocupações que se alastram por todo o país.
A subida dos preços dos combustíveis é a principal alavanca que faz com que quase nada escape à escalada de custos. Há quem defenda, no entanto, que o conflito serve mais de desculpa do que é razão para voltar a subir os preços.
“A guerra ajuda a justificar os últimos quilómetros da montanha, mas a Europa já vivia uma inflação de 5% antes da guerra”, explica o economista João Duque.
É da Ucrânia que vem grande parte dos cereais para a Europa. Em Portugal há cadeias de distribuição que estão já a impor limites à compra de alguns produtos, como o óleo de girassol, ainda que o Governo assegure que o abastecimento de alimentos não está em causa.
“Mesmo sem rotura total pode haver racionamento no caso de recursos escassos para que todos possam aceder aos produtos sem ser um valor exorbitante”, revela o economista.
Apesar das medidas que já foram apresentadas, como a fixação de um valor máximo para o custo do gás, a previsão dos especialistas é que os preços dos bens essenciais continuem a aumentar, embora a menor ritmo do que tem sido registado ate agora.
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