Uma centena de enfermeiros do serviço de urgência do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, entregou um documento ao Conselho de Administração, onde pedem a escusa de responsabilidade no tratamento dos doentes devido à falta de condições. Queixam-se de um número muito elevado de pacientes para tão poucos enfermeiros.
O documento foi entregue no Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria com a assinatura de 101 enfermeiros do Serviço de Urgência. Uma cópia seguiu para o Ministério da Saúde. Estes profissionais afirmam que há vários meses tinham alertado para a degradação das condições de trabalho.
Os enfermeiros acusam a administração de não apresentar soluções e, por isso, são obrigados a entregar a carta de escusa de responsabilidades. A Ordem dos Enfermeiros alerta para o agravamento da situação.
O documento descreve vários problemas sentidos pelos profissionais daquele serviço. Queixam-se que, além das horas extraordinárias – que passaram a ser a rotina -, as urgências estão entupidas devido ao tempo de permanência de doentes nos diferentes sectores do Serviço de Urgência Central.
De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, em novembro, 1.300 enfermeiros tinham pedido escusa de responsabilidade. Dois meses depois, este número subiu para mais de 3.000.
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