O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, exigiu esta quinta-feira que o primeiro-ministro fale ao país sobre a situação do aeroporto, considerando que há “um desgoverno do governo” de António Costa.
“Exigimos que o primeiro-ministro fale ao país sobre esta situação e que assuma as responsabilidades sobre o desnorte que está a ser o governo neste momento”, afirmou.
Pedro Filipe Soares falava aos jornalistas na Assembleia da República depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter determinado hoje a revogação do despacho publicado na quarta-feira sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa e reafirmado que quer uma negociação e consenso com a oposição sobre esta matéria.
O líder parlamentar bloquista lembrou as declarações de António Costa no parlamento na semana passada, quando em resposta a críticas sobre a ministra da Saúde, Marta Temido, o primeiro-ministro respondeu que era o responsável máximo pelo Governo.
“Há um desgoverno do governo neste momento em Portugal sobre matérias estratégicas e sobre as quais já estavam há anos em discussão no seio do governo. E sobre isto, o primeiro-ministro deve explicações ao país”, vincou.
Questionado sobre se faz sentido que o primeiro-ministro demita o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, o deputado bloquista respondeu apenas que “faz sentido que o primeiro-ministro seja primeiro-ministro”.
Na quarta-feira foi publicado em Diário da República um despacho assinado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, sobre a “definição de procedimentos relativos ao desenvolvimento da avaliação ambiental estratégica do Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa” – entretanto revogado pelo primeiro-ministro.
Entre outras medidas, o despacho determinava o “estudo da solução que visa a construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto ‘stand alone’ no Campo de Tiro de Alcochete, nas suas várias áreas técnicas.
O Ministério das Infraestruturas divulgou no mesmo dia que a nova solução aeroportuária para Lisboa passava pela construção de um novo aeroporto no Montijo até 2026 e por encerrar o aeroporto Humberto Delgado, quando estivesse concluído o de Alcochete, em 2035.
Segundo o Ministério das Infraestruturas, pretendia-se acelerar a construção do aeroporto do Montijo – uma solução para responder ao aumento da procura em Lisboa, que seria complementar ao aeroporto Humberto Delgado.
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