O estudo indica também que já se recuperou alguma atividade assistencial, no entanto a despesa também cresceu de forma continuada nos últimos dois anos. Em termos de produtividade, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está ainda aquém do período pré-pandemia.
Mais de metade dos portugueses considera que o valor a pagar pela saúde é adequado. A equipa que desenvolveu o estudo recolheu opiniões antes de o Ministério da Saúde ter anunciado o fim das taxas moderadoras para a generalidade dos atos médicos.
No entanto, o preço ainda impede algumas pessoas de aceder a cuidados de saúde. No ano passado, 320.000 episódios de urgência não se realizaram por causa dos custos associados. Pela mesma razão, 360.000 exames de diagnóstico ficaram por fazer e 7% dos portugueses não compraram algum medicamento prescrito que era necessário. Este indicador tem melhorado: há oito anos era o dobro do registado em 2021.
Com os olhos postos no futuro, 95% dos portugueses considera importante melhorar o acesso a meios de diagnóstico, à medicina personalizada e a medicamentos inovadores. 80% diz que se se deve investir na telemedicina. As doenças oncológicas, cardiovasculares e do foro mental são as que, para os portugueses, terão mais impacto no futuro.
Quem desenvolveu o estudo diz que a maior predisposição para usar novas tecnologias veio com a pandemia, assim como uma maior preocupação com o estado de saúde. No ano passado, dois em cada portugueses foram ao médico por prevenção.
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