Educação

Inclusão nas escolas: assistente operacional foi transferida e a pequena Nonô deixou de ir à escola

Em dezenas de escolas no país, ainda há problemas de inclusão de crianças com necessidades especiais. Faltam recursos humanos e infraestruturas que permitam que os alunos sejam integrados. A SIC foi conhecer uma família que luta há quatro anos para que a filha continue a frequentar a escola, mas tem sido um processo complicado.

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As dificuldades começam logo no acesso à escola. Faltam rampas e estacionamento específico, mas no interior está tudo adaptado para receber novamente a Leonor. Só que este ano, não vai acontecer.

“Do pelouro da escola de Caselas está tudo pronto para recebê-la. Infelizmente, há coisas que são superiores como por exemplo a colocação de uma assistente operacional, a ativação do elevador interno da escola que não funciona, um lugar de estacionamento reservado para a Nonô poder facilmente entrar e sair. São situações superiores que cabe ao agrupamento de escolas coordenar e providenciar”, conta a mãe Isabel Beja.

Por isso, e passados três anos de estar nesta escola, a menina já não a frequenta. Tem epilepsia e necessidade de um acompanhamento permanente, motivo pelo qual tinha uma assistente operacional atribuída mas este ano foi transferida.

“Este ano, e à semelhança dos outros, a Leonor estava inscrita na turma (…) e aquando da reunião de início de ano é-me comunicado que a Leonor não iria ter assistente operacional porque a lei alegadamente teria mudado e a partir de agora a Leonor não teria esse benefício, esse direito. Para ela estar na escola sentada na cadeira o dia todo sem ninguém que a ajude a fazer as atividades, não faz sentido a Leonor ir à escola”

Com oito anos, a menina permanece em casa à espera de poder regressar àquilo que conhece e que tanto lhe devolveu. A única solução dada pelo agrupamento de Escolas do Restelo e apesar das adaptações criadas na Escola Básica de Caselas foi a também transferência da Leonor para uma unidade de Ensino Especial.

“Esta escola devolveu à Leonor um sorriso, autonomia, confiança, deu-lhe desnevolvimento, e devolveu-lhe felicidade. Por isso acreditamos, enquanto pais, que a transferência para outra escola seria para a Leonor demasiado cruel”, desabafa a mãe.

A SIC tentou obter esclarecimentos, através de vários meios, com o agrupamento e junto do Ministério da Educação mas ainda não obteve qualquer resposta das partes.