Nas salas de aulas, mais de um terço dos professores não tiveram formação tecnológica. É uma das conclusões de um estudo da Universidade do Minho (UMinho). Os diretores escolares admitem a falha na formação e consideram ser necessário um maior investimento.
A necessidade de um ensino à distância que chegou com a pandemia mostrou, segundo o estudo realizado há mais de um ano por dois investigadores da UMinho, que mais de um terço dos professores (36%) não tinham formação tecnológica para trabalhar nas salas de aula.
“Os computadores de facto estão a chegar aos nossos alunos, aos nossos professores e é necessário motivá-los para que possam ser usados em contexto de sala de aula. E isso faz-se como? Faz-se com formação”, diz à SIC Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
Este estudo, a que o jornal Público teve acesso, tem um universo de cerca de 2.500 professores que trabalharam, numa primeira fase, em escolas sem infraestruturas tecnológicas ou a funcionarem de forma deficiente. E concluiu que 31% dos docentes não usa a tecnologia e as dificuldades foram grandes numa adaptação repentina.
Os diretores escolares pedem, por isso, ao Governo que continue o investimento e reforce a rede Wi-Fi.
“Numa primeira fase foram os professores de TIC [Tecnologias da Informação e Comunicação] a darem formação aos seus colegas, em cada escola. (…) Agora temos que dar outro passo: usar os computadores dos nossos alunos, dos nossos professores, em contexto de sala de aula, como se fosse um verdadeiro manual. É preciso criar essa cultura, nesse sentido a formação dos nossos professores é muito importante”, defende Filinto Lima.
O estudo foi realizado entre dezembro de 2020 e abril de 2021, tendo concluído que 64% dos inquiridos afirmam que se esforçam por usar a tecnologia, mas 15% dizem que não a utilizam porque não é fácil ou necessário.
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