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“Estou-me marimbando que me chamem de fascista”: Chega/Açores defende conceito tradicional de família e símbolos religiosos em locais públicos e escolas

O líder do Chega/Açores falou este sábado no Congresso Regional do partido.

“Estou-me marimbando que me chamem de fascista”: Chega/Açores defende conceito tradicional de família e símbolos religiosos em locais públicos e escolas

O líder do Chega/Açores lamentou este sábado que o Estado pague a quem “não trabalha”, defendeu o conceito tradicional de família e “voltar a colocar os símbolos religiosos nas escolas e locais públicos”.

“É chegada a altura de voltar a colocar os símbolos religiosos nas escolas e locais públicos em vez de fotografias de presidentes que se julgam donos dos açorianos”, escreveu o também deputado José Pacheco na Moção de Estratégia Global do III Congresso Regional do Chega Açores.

Em vez de ler o documento de 17 páginas, Pacheco apresentou, de forma informal, algumas ideias ali expostas, tendo o primeiro aplauso da plateia do congresso chegado quando o líder regional defendia o conceito tradicional de família e criticava a retirada de símbolos religiosos de locais públicos.

“Não posso tolerar que destruam a minha história para que construam uma história alternativa. Não posso tirar os símbolos religiosos de todo o lado. E a maioria que acredita? Quem os respeita? Ninguém. Merecemos respeito. Não nos tirem o que temos. Por que nos retiraram os crucifixos? Só porque não acreditam? Eu não retiro a liberdade a ninguém”, frisou.

Pacheco afirmou que “há pessoas que não trabalham porque não querem”.

“Andamos a pagar para não fazerem nada. Estou-me marimbando que me chamem de xenófobo, de fascista, de racista. Não me incomodo: estou preocupado pelo futuro do meu filho porque este Estado está a pagar para não se produzir”, lamentou, perante novo aplauso da plateia de cerca de 30 pessoas, que se reuniu num hotel da cidade.

Na moção escrita, distribuída aos congressistas e à comunicação social, José Pacheco manifestou ainda a intenção de “impedir que as escolas se transformem em espaços de aculturação ideológica de esquerda, com especial preocupação da difusão da ideologia do género a crianças”.

Por outro lado, o Chega/Açores quer que “as escolas onde os alunos obtêm resultados abaixo da média do concelho” sejam “objeto de inquérito anual a fim de serem apuradas as causas subjacentes a esses maus resultados”.

Premiar as famílias em que os filhos tenham sucesso escolar, através de atribuição de majorações ao abono de família, atendendo ao custo que o insucesso escolar tem para a sociedade em geral” é outra das propostas, a par da atribuição do abono de família para todos, independentemente dos rendimentos.

Pacheco pretende, também, “apoiar a aquisição e manutenção da habitação para jovens”, bem como “a natalidade e fixação das famílias em ilhas com perdas crónicas de população”.

Com 5,06% dos votos, o Chega foi a quarta força política mais votada nas eleições açorianas de 2020, atrás de PS, PSD e CDS, conseguindo eleger dois deputados.

Atualmente, o partido só tem um deputado no parlamento açoriano, depois de Carlos Furtado ter passado a independente, na sequência da perda de confiança política de André Ventura a 14 de julho de 2021.