Está a gerar polémica o regresso do ex-ministro das Finanças, João Leão, ao ISCTE, depois de, enquanto governante, ter aprovado o financiamento para um projeto da instituição no valor de mais de 5 milhões de euros. A direita quer João Leão a responder no Parlamento.
Em 2015 era professor no ISCTE. Pôs a carreira em pausa para ir para o Governo. Tornou-se ministro das Finanças. Saiu e 2 dias depois estava de regresso ao ISCTE, já não como professor, mas como vice-reitor.
Enquanto era ministro autorizou o ISCTE a receber 5,2 milhões de euros para a construção de num novo centro. A oposição desconfia deste percurso, mas a reitora do ISCTE não.
Em comunicado, João Leão diz que, enquanto Ministro das Finanças, não teve qualquer intervenção nesta decisão de financiamento.
O jornal Público, que avançou com a notícia, cita o ex-Ministro do Ensino Superior que diz que entregou projetos de outras instituições de Ensino Superior, mas que este, do ISCTE, foi o único aprovado nos últimos cinco anos.
O que diz João Leão?
Em comunicado, João Leão tem outra versão. Diz que o Ministério de Manuel Heitor apenas submeteu um único projeto, precisamente o do ISCTE, para financiamento no âmbito desta dotação.
Na verdade, houve outros projetos, nomeadamente um que juntava os Politécnicos de Tomar, Castelo Branco e Santarém, mas que foi chumbado.
João Leão diz que não cumpria os requisitos para atribuição de financiamento.
Sete ministros têm currículo no ISCTE
Entre os 16 ministros do atual governo, sete têm o ISCTE no currículo: Mariana Vieira da Silva está a terminar o doutoramento, João Gomes Cravinho foi professor convidado, Helena Carreiras estudou e deu aulas na instituição, Ana Catarina Mendes fez o mestrado na instituição, António Costa e Silva é membro do Conselho de curadores, Pedro Adão e Silva tirou a licenciatura e é professor auxiliar e Duarte Cordeiro tirou aqui uma pós-graduação.
Iniciativa Liberal, Chega e PSD querem ouvir os ex-ministros das Finanças e do Ensino Superior no Parlamento.
Os deputados querem saber como é que João Leão tratou do regresso ao ISCTE enquanto ainda era governante.
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