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Faltam professores em Portugal e contratação é cada vez mais difícil

Nos próximos sete anos, cerca de 20 mil professores entrarão na reforma, e, no ensino superior, sente-se um desinteresse pelos cursos ligados à educação.

Faltam professores em Portugal e contratação é cada vez mais difícil

Faltam professores em Portugal e, em breve poderá ser difícil contratar docentes qualificados para o ensino público, avança o Conselho Nacional da Educação.

Nos próximos sete anos, cerca de 20 mil professores entrarão na reforma, e, no ensino superior, sente-se um desinteresse pelos cursos ligados à educação.

Com a oferta e a procura a diminuir, o Conselho Nacional de Educação lança o alerta:

“A manter-se a tendência, poderá haver alguma dificuldade na contratação de docentes devidamente habilitados, num futuro próximo.”

Os professores aposentados têm aumentado, de forma constante, desde 2015, sendo que mais de 15% dos professores do ensino público têm 60 ou mais anos de idade. Nos próximos sete anos, mais de 19 mil aposentar-se-ão.

Da educação pré-escolar ao ensino superior, as linhas traçam um destino pouco animador: há cada vez menos professores.

A esperança vira-se para as novas gerações, contudo, nas universidades, ainda não há grandes sinais de otimismo.

Os cursos da área de “Educação” foram os que registaram maior quebra de inscritos, quase seis mil na última década, sendo que as ciências empresariais, a Administração e o Direito são as áreas mais procuradas.

Grande parte do desinteresse na profissão de docente alimenta-se da instabilidade que a profissão representa para um grande número de profissionais.

Contudo, o salário e a dificuldade de progressão na carreira são fatores que também pesam na equação: quase metade dos docentes encontra-se entre o primeiro e o quarto escalão remuneratório, num total de 10.

Ao topo, chegam muito poucos – cada vez menos depois dos congelamentos durante o período da Troika.

Atualmente, encontram-se no décimo escalão apenas 16% dos professores: em média, têm todos mais de 60 anos e quase 39 anos de serviço, ganhando, no máximo, cerca de 2.400 euros líquidos.

Quem está na ainda na base tem, em média, quase 16 anos de serviço e mais de 45 de idade.