O fim do uso obrigatório da máscara em espaços fechados chegou a estar previsto para o início deste mês, mas com a decisão do Governo de prolongar a situação de alerta até dia 18, manteve-se como regra. A diretora-geral da Saúde defende que ainda é necessário “jogar com segurança”. Além disso, lembra Graça Freitas, está à porta um momento de convívio familiar: a Páscoa.
Os novos casos e óbitos têm vindo a descer gradualmente, mas a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, salienta que “a mortalidade ainda não atingiu aquele valor que impusemos – 20 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias – o que trará outro pacote de medidas menos restritivas”.
Até lá, diz Graça Freitas em entrevista à rádio Renascença, é preciso “jogar com segurança e não perder nada do que já foi adquirido“. Nesse sentido, justifica, é “seguro esperar mais uns dias” para decretar o fim obrigatório do uso de máscara em espaços interiores públicos, serviços de saúde e transportes.
“É melhor não abrirmos mão de todas as medidas, se ainda não estivermos consolidados nas descidas. Porque quando se abrem medidas há uma ligeira inflexão e uma ligeira subida do número de casos”, justifica.
A diretora-geral da Saúde recusa adiantar uma data para que essa obrigatoriedade deixe de existir, apesar de admitir que se a tendência da mortalidade, registada nas últimas semanas, se mantiver dentro de dias a regra pode deixar de o ser.
Graça Freitas lembra, porém, que se avizinha um convívio familiar: a Páscoa. “Vamos estar com várias gerações e os mais velhos, os mais vulneráveis, os mais doentes, têm que ser protegidos pelos mais novos”, diz, vincando por isso que “é boa medida ainda mantermos algumas restrições, nomeadamente, mais um pequeno esforço para continuar a usar a máscara e [mantermos] alguma distância social”.
“Quanto à Páscoa, é continuar a usar máscara, manter o distanciamento social e evitar aglomerados”, reitera.
De acordo com o último relatório semanal da DGS, a incidência de novos contágios não era tão baixa desde o Natal: foram registados na última semana 61.988 novos casos, menos 8.093 em relação à semana anterior. Também o número de mortes diminuiu, assim como o número de internamentos.
A mortalidade é atualmente de 14 mortes por milhão de habitantes a sete dias, porém a mortalidade a 14 dias está nos 29 óbitos por milhão de habitantes, ou seja, acima do limite definido pelo Governo para decretar o fim das regras que ainda se mantêm em vigor, como o uso obrigatório de máscara em espaços interiores.
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