Várias barragens vão ficar limitadas na produção de eletricidade durante o mês de fevereiro para garantir que não falta água à população nos próximos dois anos. A medida foi aprovada durante a reunião da Comissão Permanente da Seca com os Ministérios do Ambiente e da Agricultura.
Durante este mês, as barragens de Alto-Lindoso, Touvedo, Vilar-Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode terão um limite de produção elétrica de cerca de duas horas por semana. Também a utilização da Bravura, no Algarve, está condicionada. Para compensar os agricultores, está prevista a retirada água do Alqueva e serão criadas cisternas junto a albufeiras públicas.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, afirmou que o Governo já contactou a Comissão Europeia para fazer “um reforço e simplificação dos adiantamentos” de apoios aos agricultores para fazerem face à situação.
João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, afirmou que, de acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) existe 80% de probabilidade de 2022 ser um ano seco. Para o mês de fevereiro não há expectativa de grandes períodos de chuva e, por isso, as medidas vão ter de ser revistas na próxima reunião, agendada para o início de março.
Bacias do Barlavento e Lima mantêm-se com quantidade de água muito abaixo da média
As bacias do Barlavento (com 14,4%) e do Lima (com 16,7%) mantinham-se no final de janeiro com a menor quantidade de água armazenada, em comparação com outras monitorizadas, segundo dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
No final do mês de dezembro, as bacias do Barlavento e Lima apresentavam uma disponibilidades de água de 14,3% e 22,2%, respetivamente.
As médias de armazenamento para o mês de janeiro são nas bacias do Barlavento e do Lima de 71,9% e de 61,5%, respetivamente.
De acordo com os dados, no final de janeiro estavam também com menor disponibilidade de água as bacias do Ave (35,9%), Sado e Mira (41,5%), Cávado (42%), Tejo (52,8%) e Arade (52,3%). Estas bacias desceram todas relativamente ao final do mês de dezembro.
Já as bacias do Douro (56,4%), Oeste (61,8%), Mondego (64,2%) e Guadiana (76,7%) tinham os níveis mais altos de armazenamento no final de janeiro.
Quinze das 60 albufeiras monitorizadas tinham, no final de janeiro, disponibilidades hídricas inferiores a 40% do volume total, enquanto oito apresentavam valores superiores a 80%, segundo o SNIRH.
No último dia do mês de janeiro e comparativamente ao mês anterior verificou-se um aumento do volume armazenado em duas bacias hidrográficas e uma descida em 10.
A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.
COM LUSA