A ministra da Presidência afirmou esta sexta-feira que o seu Governo assumirá uma atitude de abertura a convergências políticas e à concertação social e política, procurando sempre conciliar objetivos estruturais e as respostas conjunturais.
“Estaremos sempre atentos às vozes de todos. Estaremos abertos a convergências políticas e à concertação política e social. Mas ninguém duvide: Saberemos ser fiéis à nossa história e aos nossos valores”, declarou Mariana da Silva no encerramento do debate do XXIII Governo Constitucional na Assembleia da República.
Na parte final da sua intervenção, a “número dois” do executivo liderado por António Costa disse também que o Governo terá como objetivo permanente “conciliar os avanços estruturais com as respostas conjunturais”.
“Um projeto para quatro anos e meio de trabalho intenso, focado na recuperação do país, que responde às necessidades das famílias e das empresas, para alcançarmos maior prosperidade, justiça e igualdade”, sustentou, aqui numa alusão indireta à polémica sobre a hipótese de António Costa assumir um cargo europeu em 2024.
Mariana Vieira da Silva referiu-se também às críticas de várias forças políticas sobre a real capacidade do Governo para responder à crise provocada guerra na Ucrânia.
“Depois de dois anos a ouvir que o anterior Governo nada mais fez do que responder às urgências da pandemia, não deixa de ser surpreendente ouvir agora esta acusação. Perante uma crise inédita e absolutamente imprevista, soubemos adaptar-nos a circunstâncias que alteraram profundamente as condições de governação e provámos ser capazes de desenhar políticas públicas inéditas para responder a essa emergência garantindo a vitalidade do nosso tecido económico e assegurando que ninguém ficava para trás”, defendeu.
Na resposta à crise provocada pela invasão russa da Ucrânia, Mariana Vieira da Silva apontou que ainda hoje serão aprovadas as medidas anunciadas na quinta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa.
“A atual evolução dos preços, que todas as instituições avaliam neste momento como conjuntural, impõe uma ação imediata. Uma ação que responda às pressões inflacionistas, agindo sobre os preços e não com medidas que podem, aliás, ter o efeito perverso de agravar a inflação”, advertiu, aqui numa alusão às reivindicações das forças à esquerda do PS.
As medidas que hoje serão aprovadas pelo Governo, de acordo com a ministra da Presidência, visam “conter os preços da energia, nomeadamente com a descida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) num valor equivalente à redução do IVA para 13%”.
“Visam apoiar a produção das empresas, suportando parte dos custos com energias das indústrias intensivas em energia; e apoiar as famílias, alargando o âmbito do apoio aos agregados mais vulneráveis”.
Este conjunto de medidas, acrescentou, procurará ainda “acelerar a transição energética, com destaque para a redução do IVA dos equipamentos elétricos que permitam uma menor dependência do gás por parte das famílias”.
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