O líder parlamentar do PS prometeu esta quinta-feira que a maioria socialista irá “dialogar com a direita democrática e a esquerda” e assegurar “quatro anos e meio de estabilidade”, que defendeu ser uma obrigação resultante das legislativas.
“A estabilidade política foi uma escolha dos portugueses nas eleições, nas urnas, e nós temos obrigação de respeitar esse desejo“, considerou Eurico Brilhante Dias, no debate do Programa do XXIII Governo Constitucional, na Assembleia da República.
O líder da bancada socialista congratulou-se pelo Programa do Governo corresponder “no essencial” ao programa eleitoral com que o PS se apresentou às legislativas.
Uma maioria de diálogo, a promessa do PS
Segundo Eurico Brilhante Dias, os socialistas serão uma “maioria absoluta dialogante, que quer continuar a dialogar com a direita democrática e com a esquerda”, mas que “tem um programa eleitoral para defender, tem um compromisso para honrar”.”
Este programa será executado durante quatro anos e meio, quatro anos e meio que queremos, que somos capazes de oferecer, quatro anos e meio de estabilidade política“, acrescentou.
O líder parlamentar do PS reforçou a ideia de que é um dever assegurar a estabilidade nesta legislatura, tendo em conta o resultado das legislativas: “É uma resposta que devemos dar ao conjunto da cidadania portuguesa. E por isso este partido, esta bancada está aqui para garantir as condições objetivas que o povo português quis dar ao PS”.
Referindo-se ao chumbo do Orçamento do Estado para 2022 e à campanha para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro, Eurico Brilhante Dias disse que “à esquerda foi impossível garantir na XIV Legislatura” estabilidade política, e que “à direita foi impossível de construir”.
“Diria mais: se à esquerda aquilo que se passou na XIV Legislatura acabou por demonstrar que não estariam preparados para os momentos mais difíceis e mais turbulentos da governação, a verdade é que à direita, senhores deputados, bailar, ‘flirtar’, insinuar que a extrema-direita podia ser parte de uma maioria parlamentar não foi grande alternativa, e os portugueses chumbaram essa solução”, sustentou.
De acordo com o socialista, “perante a tormenta, perante a turbulência, os portugueses escolheram a confiança, a confiança numa liderança, a confiança num partido central do sistema político português, a confiança num programa”.
Dirigindo-se ao presidente do PSD, Rui Rio, observou: “Os portugueses, senhor deputado Rui Rio, tinham alternativas, que não escolheram, e acreditamos que também não vão escolher numa segunda volta”.
A seguir, o primeiro-ministro felicitou os deputados do PS “pela vitória que tiveram nas últimas legislativas”.
António Costa considerou que a maioria absoluta que o PS conseguiu nas legislativas representa “uma responsabilidade única e uma oportunidade histórica” e demonstra que “o país não queria nenhuma crise política e o país de todo em todo não se revê naquilo que é o sentimento sempre alimentado pela bolha político mediática”.
“Afinal o país não estava farto nem de mim nem do PS, afinal eu não estava propriamente cansado e a verdade é que o país não só não desejava mudar como, pelo contrário, desejava continuar e garantir estabilidade à continuidade do trabalho que iniciámos em novembro de 2015. Que ideia em que esta realidade assenta tão distinta daquilo que é o que se ouve nestas bancadas parlamentares, daquilo que ecoa nos comentadores, daquilo que parece ser a opinião dominante”, prosseguiu.
“Ficaram surpreendidos com a vontade dos portugueses, por uma razão muito simples: entre o que pensam e o que pensam os portugueses vai um mundo de distância, essa é que é a grande realidade”, concluiu António Costa.
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