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Instalações de apoio a refugiados da autarquia de Setúbal alvo de buscas

As buscas estão a ser levadas a cabo pela Polícia Judiciária.

Instalações de apoio a refugiados da autarquia de Setúbal alvo de buscas

A Polícia Judiciária está a realizar buscas nas instalações da Linha Municipal de Apoio a Refugiados (LIMAR), da Câmara Municipal de Setúbal, por suspeita de utilização de dados de forma incompatível com a finalidade da recolha, acesso indevido e desvio de dados.

As operações de busca são efetuadas no âmbito de um mandato judicial emitido pela Procuradoria da República da Comarca de Setúbal.

A Câmara Municipal de Setúbal está a prestar todo o apoio necessário a estas diligências judiciais, que surgem na sequência da polémica em torno da receção do município sadino a refugiados ucranianos por dois cidadãos russos, alegadamente, com ligações ao Kremlin.

No processo de acolhimento dos refugiados ucranianos na Câmara de Setúbal terão estado envolvidos o cidadão russo Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo) e antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e a mulher, Yulia Khashina, funcionária do município, que terão ligações ao Kremlin.

Assembleia Municipal de Setúbal aprecia moções de censura à liderança CDU na Câmara

As operações de busca em curso na LIMAR ocorrem no mesmo dia em que a Assembleia Municipal de Setúbal vai apreciar duas moções de censura, uma do PS e outra do PSD, à liderança CDU na Câmara de Setúbal devido à polémica em torno da receção de refugiados ucranianos.

A moção de censura do PSD pede a demissão do presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, alegando que o autarca sabia das ligações dos elementos da Associação dos Imigrantes de Leste (Edinstvo) ao governo russo e nunca o assumiu.

O PS, que também anunciou que vai avançar com uma moção de censura à gestão autárquica da CDU, não apenas pela receção aos refugiados ucranianos, considera, no entanto, que neste momento cabe ao presidente do município decidir se tem ou não condições para continuar em funções.

Certo é que a eventual aprovação de uma moção de censura na Assembleia Municipal não provoca a queda do executivo camarário, uma vez que nas autarquias, ao contrário do que se verifica na Assembleia da República, as moções de censura não têm caráter vinculativo.

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