Fernando Medina ficou de fora da acusação no processo Tutti-Frutti, mas nem por isso escapou a críticas do Ministério Público (MP). O seu advogado, Paulo Sá e Cunha, diz que a decisão de não acusar era esperada e juridicamente correta, mas lamenta o tempo que demorou a ser tomada. O processo, iniciado em 2016, poderia ter sido encerrado mais cedo, aponta a defesa em entrevista à SIC Notícias.
Sobre as censuras que o MP dirige a Fernando Medina, o advogado rejeita a ideia de que o Ministério Público tenha legitimidade para "dar reprimendas" a políticos. O advogado destaca que a decisão de atribuir o subsídio à associação de rugby não foi de Medina, mas sim da Câmara Municipal de Lisboa, por deliberação unânime dos vereadores. Considera, por isso, que é injusto atribuir-lhe responsabilidades diretas.
Paulo Sá e Cunha também aponta críticas ao Ministério Público pela demora na investigação. Nove anos depois, só agora há um despacho de acusação e de arquivamento. Para o advogado, este tipo de processos arrastados têm um impacto negativo, não apenas para os visados, mas para o funcionamento da justiça e a perceção pública sobre o sistema judicial.
Quanto a possíveis ações legais, o advogado admite que processar o Estado ou empresas de comunicação por danos reputacionais é uma hipótese teórica, mas não confirma que Fernando Medina esteja a ponderar essa via. Para já, a prioridade é encerrar este capítulo e seguir em frente.