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Morte de Rendeiro: os processos e a detenção do ex-banqueiro na África do Sul

João Rendeiro, encontrado morto na cadeia esta sexta-feira, foi detido em dezembro de 2021.

Morte de Rendeiro: os processos e a detenção do ex-banqueiro na África do Sul

João Rendeiro foi detido em dezembro do ano passado depois de ter estado três meses fugido à justiça. O ex-banqueiro foi condenado em três processos relacionados com a queda do Banco Privado Português (BPP), o tribunal provou que teria retirado do banco 13,61 milhões de euros.

Das três condenações, apenas uma já tinha transitado em julgado, ficando o ex-banqueiro obrigado a cumprir uma pena de 5 anos e 8 meses de prisão efetiva.

As sentenças dos outros dois processos ainda não transitaram em julgado. Ao todo, Rendeiro somava um total de 19 anos de cadeia. O tribunal provou que teria subtraído 13,61 milhões de euros para proveito próprio, da instituição a que presidia.

Fugiu à justiça portuguesa e acabou detido a 11 de dezembro de 2021, na África do Sul, na sequência da investigação da Polícia Judiciária (PJ) que contou com a cooperação internacional, como explicou Luís Neves, diretor nacional da PJ.

Seis dias, no dia 17 de dezembro, o juiz a que foi presente, decretou que ficaria em prisão preventiva, no sobrelotado estabelecimento prisional de Westville, um dos motivos que levou o antigo banqueiro a pedir para ser transferido para outra prisão, mas o desejo foi-lhe negado.

Considerando que estariam a ser violados direitos humanos, solicitou à advogada que enviasse uma carta à ONU, a denunciar as condições do estabelecimento prisional e a pedir uma inspeção.

Rendeiro aguardava agora uma decisão sobre o processo de extradição para Portugal, onde o esperava um julgamento marcado para o período entre 12 e 30 de junho, mas opunha-se a esta possibilidade.

Em 2010 com a queda do Banco Privado Português, milhares de clientes foram lesados e o Estado também ficou a perder, mas já terá recuperado parte do valor. Este escândalo motivou vários processos judiciais. Burla qualificada, falsificação de documentos, falsidade informática e multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.

Já depois do ex-banqueiro estar preso na África do Sul, foi emitido um quarto mandado de detenção, relacionado com um processo ainda em investigação, que tem por base o descaminho de obras de arte.

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