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Operação Descobrimento em curso: PJ e Polícia Federal cumprem nove mandados de prisão preventiva

Esta investigação teve origem no início do ano passado, quando foi encontrada cocaína um jato onde seguia João Loureiro.

Operação Descobrimento em curso: PJ e Polícia Federal cumprem nove mandados de prisão preventiva

Está no terreno a Operação Descobrimento, que visa desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína. No Brasil e em Portugal estão a ser cumpridos 46 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão preventiva, três dos quais no Porto e Braga.

Trata-se de uma investigação com origem em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa aterrou no aeroporto internacional de Salvador para abastecer. O aparelho foi alvo de inspeção e foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem. Nesse jato seguia o ex-presidente do Boavista, João Loureiro.

A partir desta apreensão, lê-se no comunicado divulgado pela Polícia Federal (PF), foi possível “identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo)”. 

Segundo a Polícia Federal, estão a ser levados a cabo “43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco”.

No que diz respeito a Portugal, a Polícia Judiciária (PJ) “cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga”, com “o acompanhamento de policiais federais”. À SIC, a PJ diz apenas que a operação ainda está em curso e que, até ao momento, não foram feitas detenções.

As medidas judiciais “foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador/BA e pela Justiça portuguesa. A Justiça brasileira também decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados”.

No curso destas investigações, a PF contou com a colaboração da DEA (Drug Enforcement Administration – Agência norte-americana de combate às drogas), da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária Portuguesa e do Ministério Público Federal.

A falha técnica que levou à apreensão

A 27 de janeiro de 2021, o empresário João Loureiro descolou do Aeródromo Municipal de Tires, em Cascais, rumo ao Brasil, tendo aterrado no aeroporto de Salvador, no estado da Bahia, e posteriormente, descolado de Salvador para o aeroporto de Jundiaí, no Estado de São Paulo, onde ficou estacionado cerca de uma semana.

O Falcon 900 descolou depois de Jundiaí rumo a Salvador e, durante o voo, o comandante detetou falhas mecânicas, tendo solicitado uma inspeção técnica à aeronave.

De acordo com o manifesto de voo da Omni, a que a Lusa teve acesso, na viagem de Jundiaí para Salvador, realizada em 6 de fevereiro de 2021, seguiam a bordo, como passageiros, os empresários João Loureiro e Mansur Herédia, de nacionalidade espanhola, que se encontra em paradeiro incerto.

Em abril do ano passado, as autoridades brasileiras descartaram qualquer ligação do advogado João Loureiro ao caso de tráfico de cocaína num avião.

COM LUSA

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