A Ordem dos Médicos acusa o Ministério das Finanças de travar a resolução dos problemas nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia. Avisa que uma das medidas mais urgentes passa por pagar aos médicos do quadro o mesmo valor que recebem os tarefeiros.
Dizem que o que se passa nos hospitais, é a consequência da sistemática falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por isso, pedem ao Governo medidas urgentes para travar a vaga de clínicos que, todos os anos, abandona o SNS.
Sempre que o número mínimo de clínicos especialistas não é assegurado, as portas do atendimento urgente são encerradas. Costuma acontecer sobretudo nos períodos de férias e fins de semana prolongados, com maior regularidade nos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo.
Nessa altura, entram em ação as empresas de contratação de tarefeiros, a quem os hospitais chegam a pagar, por hora, 100 euros – cinco vezes mais do que recebem os médicos dos quadros. Esta prática aumenta de ano para ano e atrai cada vez mais profissionais, que rescindem vínculo com os hospitais mas continuam a trabalhar como tarefeiros e a ser pagos à hora.
A Ordem dos Médicos acusa o Ministério das Finanças de travar a resolução deste e de outros problemas. O Governo anunciou um plano de contingência para os próximos meses de verão, mas resta saber se será suficiente para pôr fim aos graves constrangimentos nas urgências de ginecologia e obstetrícia, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo.
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