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PCP reivindica revisão dos subsídios às produtoras de eletricidade para acabar com receitas indevidas

Jerónimo de Sousa delineou os “eixos fundamentais” para encontrar uma resposta para os “estrangulamentos estruturais” de que o país está a ser alvo.

PCP reivindica revisão dos subsídios às produtoras de eletricidade para acabar com receitas indevidas

O secretário-geral do PCP reivindicou, esta terça-feira, uma “revisão completa” dos incentivos e subsídios atribuídos às empresas produtoras de eletricidade para acabar com “qualquer tipo de rendas excessivas” ou receitas indevidas e para responder “a estrangulamentos estruturais”.

No final de um encontro em Lisboa sobre energia e a utilização de recursos na transição energética, em Lisboa, Jerónimo de Sousa delineou os “eixos fundamentais” para encontrar uma resposta para os “estrangulamentos estruturais” de que o país está a ser alvo na ótica dos comunistas.

O secretário-geral do PCP apresentou como um desses eixos a “revisão completa dos incentivos, subsídios e outros apoios às empresas produtoras de eletricidade, seja no domínio da produção convencional, seja das energias renováveis, para pôr fim a qualquer tipo de rendas excessivas ou receitas indevidas”.

O membro do Comité Central sustentou que também é necessário um “regime de preços máximos nos combustíveis” líquidos e gasosos, acompanhado pela criação de um regime de “energia bonificada” para a agricultura, pescas e subsetores dos transportes.

Estas medidas têm de ser complementadas, prosseguiu Jerónimo de Sousa, pela reposição da taxa do IVA nos 6% na eletricidade, gás natural e GPL.

Ladeado pelos dirigentes comunistas Vasco Cardoso e Vladimiro Vale, o secretário-geral advertiu que a energia vai continuar “inevitavelmente no centro da discussão política”.

A especulação “nos preços dos combustíveis e da energia elétrica”, continuou, é resultado “não apenas da guerra” entre a Rússia e a Ucrânia e das sanções impostas a Moscovo pela comunidade internacional, mas também do aproveitamento que o grande capital está a fazer desta situação”.

“Quando olhamos para a fotografia da revista EDP publicada após a sua privatização a 100%, pelo Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho e Paulo Portas, e encontramos entre os membros do conselho de administração dessa empresa cinco ex-ministros, verificamos que a porta giratória entre os grupos económicos e os partidos da direita nunca deixou de funcionar”, considerou.

Na perspetiva do partido, o Estado tem de reassumir “o seu papel de autoridade e de controlo público das principais empresas, no aprovisionamento, produção, transporte e comercialização das diferentes formas de energia”, assim como proceder à “reorganização das fileiras energéticas”.