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PJ desarticula rede de hackers que simulou vendas online de material de proteção contra a covid-19

Operação “Selatis” estava a ser desenvolvida desde meados de 2020.

PJ desarticula rede de hackers que simulou vendas online de material de proteção contra a covid-19

A Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ desarticulou uma rede transnacional de cibercrime que atuava desde meados de 2020. Foram detidos “25 indivíduos e cumprido 27 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, nos concelhos de Lisboa, Cascais, Amadora, Almada, Setúbal, Loures, Espinho e Porto”, segundo o comunicado da PJ.

Os arguidos, 20 homens e 5 mulheres, 10 de nacionalidade portuguesa e 15 de nacionalidade estrangeira, com idades entre os 20 e os 60 anos, são suspeitos da “prática reiterada de crimes de burla informática, acesso ilegítimo, falsidade informática, falsificação de documentos, branqueamento e associação criminosa”.

A PJ explica que “o modus operandi consistia no esquema fraudulento conhecido por “CEO Fraud”, caraterizado pelo acesso ilegítimo aos sistemas informáticos das empresas, logrando em momento posterior monitorizar e substituir-se na sua atividade comercial”.

Durante o período da pandemia da covid-19, os piratas informáticos aproveitaram o facto de a maioria das transações comerciais ocorrerem por via digital.

“Através de malware, acediam às caixas de correio eletrónico das empresas. Substituindo-se às verdadeiras empresas, os suspeitos criaram vários endereços de correio eletrónico fraudulentos, alteraram dados de pagamento e induziram as vitimas a efetuar avultadas transferências monetárias, para contas bancárias por si controladas e que se destinavam ao branqueamento de capitais”, explica a PJ.

Os cibercriminosos criaram ainda websites “que simulavam empresas já existentes e que se dedicavam à comercialização de produtos de proteção individual, como seja luvas de látex, fatos de proteção, máscaras cirúrgicas e álcool-gel”. Depois de receberem o contacto das empresas interessadas, fechavam o negócio com a condição da realização do pagamento antecipado.

“As transferências bancárias ocorriam para “Contas Mulas” abertas para o efeito e as vítimas, na sua maioria estrangeiras, acabavam por nunca receber qualquer mercadoria”.

No total foram utilizadas cerca de 50 contas bancárias nacionais para o branqueamento de capitais, cujo prejuízo patrimonial apurado é já superior a 1,3 milhões de euros, adianta a PJ.

Os detidos serão presentes às autoridades judiciárias competentes, para aplicação das medidas de coação, conclui o comunicado da PJ.