A Polícia Judiciária deteve esta quinta-feira nos Olivais, em Lisboa, um jovem de 18 anos por suspeitas de planear um atentado “terrorista” que iria levar a cabo na sexta-feira na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Nuno Rogeiro, comentador SIC, Diogo Noivo, investigador da área do terrorismo, e Cátia Moreira Carvalho, investigadora em psicologia do terrorismo da Universidade do Porto, analisam o caso.
“O terrorismo é, segundo a nossa lei, um crime político por não ser dirigido contra uma pessoa, mas sim contra uma instituição ou contra o Estado. Inclui-se a intimidação de grupos de pessoas ou de instituições, que é o que acontece aqui”, afirma Nuno Rogeiro.
O comentador SIC diz que apesar de se tratar de um indivíduo isolado e sem ligações a organizações estrangeiras, terá frequentado sítios na ‘dark web’ onde contactou com pessoas ligadas a processos de radicalização.
“A PJ tem provas concretas”, sublinha.
O investigador Diogo Noivo pede cautela no uso da palavra terrorismo para descrever este caso, esclarecendo que “para haver um atentado terrorista tem necessariamente que existir motivação ideológica”.
Motivação essa que, explica, pode ser de natureza religiosa, nacionalista, de extrema-direita ou extrema-esquerda, ou até ecologista. O investigador da área do terrorismo revela que, até ao momento, não é claro que exista motivação política por trás do planeamento deste ataque.
“A palavra gera alarme social. Seria cauteloso no uso desta palavra”.
Cátia Moreira Carvalho concorda, sublinhando que “é muito difícil” estabelecer para já uma relação entre terrorismo e este ataque planeado. A investigadora diz que este caso parece estar mais ligado a fatores como “um grande isolamento social e problemas psiquiátricos ou psicológicos”.
Razão pela qual apela também a “alguma cautela no uso da palavra terrorismo”.