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Polémica com Pedro Nuno Santos: “Qual é a autoridade que este ministro tem para tomar decisões?”

Cristina Figueiredo e Vitor Matos analisam as declarações de António Costa e Pedro Nuno Santos.

Polémica com Pedro Nuno Santos: “Qual é a autoridade que este ministro tem para tomar decisões?”
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Pedro Nuno Santos admitiu, esta quinta-feira, a responsabilidade pelas “falhas” no que ao projeto do aeroporto diz respeito. Momentos depois, António Costa admite que “foi cometido um erro grave”, mas sublinha que a “orientação do Governo está restabelecida”. Cristina Figueiredo, jornalista de Política da SIC Notícias, e Vítor Matos, jornalista do Expresso, analisam as declarações dos dois dirigentes.

Cristina Figueiredo admite ter ficado “surpreendida” com as declarações de António Costa e Pedro Nuno Santos, por não lhe passar “pela cabeça que ele não se demitisse”.

“No meu entender, ele não fica com condições. Este episódio é tão burlesco, em toda a sua estrutura. Um ministro com uma pasta tão importante como a das Infraestruturas fica obviamente fragilizado. Embora eu perceba que o primeiro-ministro tenha encontrado uma oportunidade para o controlar publicamente. Mas também, por isso, acho que, para Pedro Nuno [Santos], é um episódio infeliz e que o fragiliza”, comenta.

Já Vítor Matos defende que esta crise não fica terminada só porque António Costa decretou o seu fim, uma “mania” que o jornalista lhe reconhece. E levanta algumas questões para o futuro: “A partir de agora qual é a autoridade que este ministro tem para tomar certas decisões? Qual é a credibilidade que tem com os interlocutores?”

“As coisas são um bocadinho mais complicadas do que isso. Quando o primeiro-ministro diz que o ministro teve humildade, que não agiu de má fé, que aprendeu com o erro que cometeu… Há situações destas em que a humanidade dos ministros e os erros que cometem obrigam a decisões mais drásticas”, afirma.

A jornalista Cristina Figueiredo reconhece que o ministro Pedro Nuno Santos tem “esse lado de enfant terrible, que até tem uma certa graça”, mas sublinha que a questão em causa é séria. Vítor Matos acrescenta que se fosse Marcelo Rebelo de Sousa a assumir o papel de António Costa, o ministro já estaria demitido “na hora em que saíram as notícias, nem sequer vinha às televisões”, considerando “um cinismo terrível do primeiro-ministro”.

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