Maioria absoluta fugiu por "apenas 300 votos" a Miguel Albuquerque, CDS já espera o telefonema
GREGORIO CUNHA

Terminado

Política

Maioria absoluta fugiu por "apenas 300 votos" a Miguel Albuquerque, CDS já espera o telefonema

As terceiras eleições legislativas da Madeira, em apenas um ano e meio, decorreram este domingo com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, e desde cedo se começou a desenhar o desfecho final: a vitória clara do PSD, o reforço do JPP, e a derrota do PS, Chega e PAN. Se Miguel Albuquerque celebrou a "maior votação" desde que assumiu à liderança do PSD/Madeira, Paulo Cafôfo assumiu a derrota e anunciou que porá o lugar à disposição após as eleições autárquicas. Reveja os principais momentos de uma noite eleitoral com dois vencedores e três perdedores.

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CDS ainda não conversou com PSD mas está disponível

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Lusa

O CDS-PP ainda não conversou com o PSD, que venceu as eleições legislativas, mas garante que se sentará à mesa negocial, remetendo a decisão sobre um eventual acordo de governo para "os próximos dias".

José Manuel Rodrigues, o único deputado eleito pelo CDS-PP (que perdeu um lugar no parlamento), disse aos jornalistas, no Funchal, que vai reunir os órgãos do partido para refletir sobre os resultados e comunicar uma decisão "nos próximos dias".

Além disso, é preciso "saber se o partido vencedor deseja um entendimento com o CDS-PP", assinalou, deixando uma garantia: "Se desejar, vamo-nos sentar à mesa e aquilo que poremos em cima da mesa são as nossas propostas e as nossas soluções para resolver os problemas das pessoas, das famílias e das empresas".

Até agora, "não houve nenhuma conversa com o PSD sobre coligações ou entendimentos", frisou.

"Ainda não recebi [um telefonema de Miguel Albuquerque, líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional] , mas não estou ansioso para o receber", disse.

Raimundo diz que CDU não elegeu na Madeira "por 65 votos"

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Lusa

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RUI MINDERICO/LUSA

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considera que o resultado da CDU nas eleições na região autónoma da Madeira mostrou que é possível aos comunistas "crescer e avançar", também a nível nacional.

"A CDU cresceu em número de votos, cresceu em percentagem, não elegeu por 65 votos. E, portanto, eu não quero ficar à beira nas eleições legislativas [de maio] mas a realidade é esta: subimos em percentagem, subimos em votos, arrumámos de vez com aquela teoria de que era irreversível o crescimento da CDU, pelo contrário, o que estas eleições demonstram é que não só não é irreversível, como é possível crescer e avançar", argumentou Paulo Raimundo.

O líder dos comunistas falava na sede nacional do partido, em Lisboa, em declarações emitidas pela RTP3, após ser interrogado sobre se o resultado nas eleições para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira pode ter uma leitura nacional para as legislativas antecipadas de 18 de maio.

André Ventura admite que Chega falhou objetivo na Madeira

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Lusa

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NUNO VEIGA / LUSA

O líder do Chega, André Ventura, admitiu que o resultado do partido nas eleições regionais na Madeira não foi o desejado, mas salientou que continua como quarta força política na região.

"Não era o resultado que desejávamos, esperávamos mais, mas é um resultado que nos deu a certeza de que estamos no caminho certo", afirmou, em declarações aos jornalistas na sede nacional do Chega, em Lisboa.

O presidente do Chega disse que o partido "não subiu como gostaria de ter subido" e "teve menos votos" do que no ano passado, mas afirmou que, tendo apresentado a moção de censura que precipitou novas eleições na Madeira, "conseguiu ser, mesmo assim, a quarta força mais votada do parlamento regional e manter-se uma força que evitou a maioria absoluta do PSD".

André Ventura disse que se fosse o Chega voltaria a apresentar essa moção de censura que levou à queda do Governo Regional liderado por Miguel Albuquerque, pois "passou uma mensagem firme anticorrupção".

CDU diz que falhou objetivo mais foi quem mais cresceu à esquerda

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Lusa

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GREGÓRIO CUNHA/LUSA

O coordenador do PCP/Madeira, Edgar Silva, que encabeçou a candidatura da CDU às regionais no arquipélago, admitiu que a coligação não atingiu o seu objetivo, mas foi o partido que mais cresceu na área da esquerda.

"Não conseguimos atingir o objetivo político nestas eleições, que era a eleição de um deputado. Ficámos a 65 votos, embora a CDU tenha subido, subiu mais de 300 votos, subiu em votos e em percentagem comparativamente em relação às outras eleições", disse Edgar Silva à agência Lusa.

Segundo o líder comunista madeirense, "na área da esquerda é o único partido que sobe. O PS tem uma quebra brutal, o Bloco, o PAN, o Livre" também perderam votos.

"A CDU cresce, mas não consegue eleger. É negativo não termos conseguido. É o elemento que registamos como negativo", acrescentou.

Livre lamenta "derrota das forças progressistas" e rejeita comparações nacionais

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Lusa

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O Livre considera que o resultado das eleições na região autónoma da Madeira representa "uma derrota das forças progressistas", mas rejeita que o partido saia enfraquecido para futuros combates eleitorais.

"É uma derrota das forças progressistas, e um voto de confiança que é dado pelos madeirenses a uma figura, a Miguel Albuquerque, que está a braços com problemas judiciais, enfim, e que para além de tudo isso tem o grande problema político de, na nossa ótica, evidentemente, não estar a contribuir para o desenvolvimento da Madeira como este devia ser feito, e certamente não estar a contribuir para a preservação do arquipélago no sentido ecológico", considerou Jorge Pinto, em declarações à Lusa.

Jorge Pinto considerou que "a realidade madeirense nos últimos 50 anos mostra que é impossível fazer qualquer comparação com a política a nível nacional", salientando que os sucessivos governos constitucionais têm tido lideranças distintas, e não apenas de um partido como acontece na Madeira.

Questionado sobre se o resultado pode enfraquecer de alguma forma o partido, a cerca de dois meses das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, Jorge Pinto rejeitou. O Livre participou pela primeira vez nas eleições regionais da Madeira em 2023 e nunca elegeu qualquer deputado.

PAN atribui perda de mandato a instabilidade política e voto útil

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Lusa

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FILIPE AMORIM

A porta-voz do PAN atribuiu a perda de representação no parlamento regional da Madeira à instabilidade política e ao voto útil, e disse acreditar que o partido vai manter a presença na Assembleia da República.

O PAN - Pessoas-Animais-Natureza perdeu, este domingo, a sua única representação na Assembleia Legislativa da Madeira ao não ter conseguido eleger deputados nas eleições legislativas antecipadas.

Inês de Sousa Real argumentou que as "pessoas estão cansadas de terem eleições antecipadas" e que não se pode esperar que o eleitorado encare a instabilidade política e "não acabe por concentrar o voto nas forças políticas com maior representatividade".

A líder do PAN disse manter a confiança no trabalho feito pela estrutura regional do partido na Madeira e, em particular, em Mónica Freitas, a cabeça de lista nas regionais, e, sobre o seu futuro, afirmou que essa "é uma reflexão que evidentemente terá que ser feita" pelos próprios.

Inês de Sousa Real, deputada única na Assembleia da República, disse também, questionada sobre a possibilidade de o resultado negativo se replicar nas próximas legislativas, que acredita que o partido vai voltar a eleger.

IL insta PSD a encontrar solução estável e rejeita colaborar

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Lusa

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Gregório Cunha/Lusa

O cabeça de lista da IL às eleições regionais da Madeira, Gonçalo Maia Camelo, instou o PSD, que venceu o ato eleitoral, a encontrar uma solução estável de Governo, rejeitando qualquer colaboração com Miguel Albuquerque.

"Faço aqui um apelo ao PSD e, em particular, ao dr. Miguel Albuquerque. Que consigam, de uma vez por todas, criar condições para termos um Governo estável. Um Governo para quatro anos. Os madeirenses não querem mais eleições", afirmou Gonçalo Maia Cabelo.

Gonçalo Maia Cabelo negou qualquer colaboração com um Governo liderado por Miguel Albuquerque: "Nós, com um Governo liderado pelo dr. Albuquerque, não estaremos disponíveis para colaborar. Serei uma oposição responsável, moderada. Criaremos todas as condições para que a Madeira tenha um Governo para quatro anos", insistiu.

Chega recusa apoio a PSD e promete oposição a governo de Albuquerque

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Lusa

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GREGÓRIO CUNHA/LUSA

O líder do Chega/Madeira, Miguel Castro, avisa que o PSD, vencedor das eleições legislativas regionais antecipadas sem maioria absoluta, não terá o apoio do partido e prometeu fazer oposição ao executivo de Miguel Albuquerque.

"A moção de censura que apresentámos ao Governo Regional, por [causa de] Miguel Albuquerque, se fosse hoje, apresentávamo-la na mesma", disse, vincando que o Chega não cede nos seus princípios.

O Chega, que em 2024 elegeu quatro deputados ao parlamento regional, mas viu uma eleita desvincular-se do partido, baixa agora a votação, obtendo três mandatos.

Miguel Castro, que foi o cabeça de lista, considerou, no entanto, que o partido não foi penalizado por ter apresentado a moção de censura ao Governo Regional minoritário do PSD.

"O Chega não se pauta pelos assentos da Assembleia, o Chega pauta-se pelos princípios que defende e nós defendemos sempre que o Governo Regional da Madeira, os madeirenses, não podem ser representados por uma pessoa que está na condição judicial em que Miguel Albuquerque está", explicou.

"Se os madeirenses assim entenderam, que preferem que seja o PSD a governar, que seja, mas que arranje os entendimentos com quem quiser e, obviamente, não será com o Chega", avisou, para logo reforçar: "O Chega será oposição a este Governo de Miguel Albuquerque".

Miguel Albuquerque elogia "lição de democracia" dada pelos madeirenses "ao PS e à agenda da maledicência"

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O vencedor da noite elitoral na Madeira, o social-democrata Miguel Albuquerque agradeceu a confiança dos madeirenses, que mostraram "não quer brincadeiras de partidos", mas deixou "para amanhã" a conversa com o possível futuro parceiro, o CDS-PP. O mesmo não fez quanto ao caso de corrupção em que é arguido, garantindo desde já que uma demissão não está em cima da mesa.